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GPS LIGADO - 08/04/2025, 10:10 - João Grassi

Bandidagem cria terreno fértil para golpes na ‘net do povo’

Portal MASSA! conversou com especialistas sobre os golpes em crimes cibernéticos

Entenda o cenário dos golpes cibernéticos na Bahia
Entenda o cenário dos golpes cibernéticos na Bahia |  Foto: Ilustrativa/Banco de imagens/Gov.br

O crescimento da tecnologia traz cada vez mais facilidade para a população realizar serviços e tarefas do dia a dia, mas, ao mesmo tempo, aumenta o número de pessoas que utilizam dessa modernização para fazer o mal. O principal exemplo disso são os golpes cibernéticos aplicados por criminosos e organizações.

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Segundo a Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP), o número de golpes digitais no Brasil aumentou em quase 45% no ano passado. O levantamento indica que foram cerca de 5 milhões de fraudes praticadas, enquanto uma em cada quatro pessoas no país sofreu tentativas de golpe, e cerca de 50% delas foram vítimas.

Em meio ao período de entrega da declaração do Imposto de Renda (IR), um dos golpes mais comuns é o da falsa regularização de CPF. Titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato e Outras Fraudes (DREOFCIBER), o delegado Charles Leão detalha com exclusividade ao Portal MASSA! sobre a prática criminosa.

"O golpe da falsa regularização consiste no envio de correspondências físicas, enviadas pelos Correios, ou por e-mail, que simulam uma comunicação oficial da Receita Federal. Essas cartas contêm instruções para o contribuinte acessar um endereço eletrônico falso, para obter dados fiscais e bancários das vítimas", inicia.

Aspas

É fundamental conferir exatamente o endereço do site, pois os golpistas criam sites com o design e o endereço bem semelhante ao oficial, substituindo somente uma letra, para enganar as vítimas


"A população deve desconfiar de tudo, de qualquer correspondência que solicite acesso a sites desconhecidos para regularização de dados. É importante também nunca fornecer informações pessoais ou bancárias fora dos canais oficiais da Receita Federal. Um adicional na segurança para o cidadão é acompanhar regularmente a situação do seu CPF através da consulta no site oficial da Receita Federal,", completa.

Apesar do crescimento neste tipo de crime, o delegado faz um alerta para os golpes mais comuns registrados na DREOFCIBER.

"Falsos leilões, falso consórcio, golpistas se passando por funcionários de bancos, falsos advogados informando que ganharam uma causa, falsa plataforma de investimento com saldos de tela falsos, além do famoso golpe via PIX, onde o golpista se passa por algum conhecido ou familiar e, alegando bloqueio de conta bancária, pede valores emprestado em caráter emergencial", detalha.

Novinhos e coroas 'na mira'

Com a variedade de golpes, o titular explica que existe um tipo para cada perfil de vítima. Apesar de existir uma preocupação principalmente com pessoas idosas, que costumam estar menos atualizadas sobre a tecnologia, Leão alerta que golpes cibernéticos costumam atingir mais outra faixa etária.

"Percebemos que os jovens adultos (18-29) são os mais afetados em quantidade de casos, especialmente em fraudes de compras online, phishing em redes sociais e golpes de criptomoedas por se permitirem se exporem mais na Internet. Os adultos de 30-49 anos são alvo de golpes sofisticados, como fraudes de falsas plataformas de investimento, e golpes românticos, ou que apresentam uma falsa vantagem financeira como falso leilão ou falsa venda de imóveis. Estes são os que mais procuram a delegacia especializada, uma vez que geralmente possuem maior renda e se tornam grandes alvos dos golpistas. Por sua vez, os idosos (60+) sofrem com golpes que exploram preocupação com familiares [contato falso no WhatsApp], golpes do bilhete premiado, e fraudes de falso suporte técnico de bancos ou outras plataformas digitais", explica.

Prevenção

Em entrevista ao Portal MASSA!, o educador financeiro Edval Landulfo, economista e vice-presidente do Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon-Ba), abre o jogo com algumas dicas sobre como não cair em golpes cibernéticos. Existem medidas que são consideradas "simples, mas eficientes em relação à prevenção de diversas situações".

Manter os sistemas e aplicativos sempre atualizados. Segundo ele, esse cuidado elimina assim ameaças digitais que podem explorar alguma falha de segurança nessas versões desatualizadas de software.

Criar sempre senhas fortes. O especialista recomenda usar combinações complexas, números, outros tipos de caracteres, alfanuméricos também, maiúsculo, minúsculo, então quando se modifica uma senha com essa complexidade.

Realizar um backup de dados sensíveis regularmente. Ele afirma que isso ajuda a combater possíveis falhas no dispositivo de hardware, de preferência salvando em nuvens.

Habilitar a autenticação de um usuário em dois fatores (2FA). É uma camada extra de segurança que exige duas formas de identificação para acessar dados e recursos.

Evitar utilizar redes Wi-Fi públicas. Segundo Landulfo, essas conexões são bastante perigosas por falta de criptografia.

Evitar compras on-line em lojas desconhecidas.

Optar por cartão de crédito invés do Pix. O especialista destaca a maior segurança deste método de pagamento.

Pesquisar a reputação das lojas. Ele aponta que já existem sites que fazem essas avaliações.

Não clicar em links suspeitos ou desconhecidos, seja na internet, rede social ou mensagens de SMS.

Estar sempre atento para o surgimento de novos golpes.

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