
Um dos crimes mais comuns registrados em Salvador e na Região Metropolitana, o furto de celulares é uma prática combatida pelas autoridades baianas durante a 7ª edição da Operação Móbile 360°, realizada entre os dias 13 de agosto e 15 de outubro de 2025 pela Polícia Civil da Bahia.
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Dos cerca de 2.200 celulares recuperados, a polícia indicou que ao menos 428 aparelhos estão aptos para serem devolvidos. Um desses telefones foi o de Clara Carmo, baiana que passou por momentos de tensão ao ser abordada e ficar na mira da arma de um elemento na região de Dias D'Ávila.
Em entrevista exclusiva ao MASSA!, ela relembrou o episódio traumático ocorrido em junho. "Eu tava saindo de casa pra ir pra academia, umas seis e meia, sete horas da noite. Normalmente eu boto meu telefone na cintura, né, porque quando a gente tá de calça legging não tem bolso. Saindo da minha rua uma moto desceu. Eu vi ele descendo, nitidamente. Ele voltou, deu a volta na esquina e veio com a arma na minha nuca já, visivelmente desengatilhada. Eu entreguei o celular na mesma hora".

Clara explicou que essa foi a primeira vez em que se viu na posição de vítima de um assalto, refletindo com outros casos que assistia na TV. Por conta da inexperiência, ela contou que não ativou o modo de prevenção de roubo do seu iPhone e teve que entregar a senha para que o bandido desbloqueasse o aparelho e tivesse acesso aos documentos.
"Logo em seguida, no desespero, a gente não pensa direito. Não tem como raciocinar no momento. Ele ainda falou pra eu acompanhar ele, que iria me entregar o telefone. Só que quando ele subiu, eu já percebi que ele não devolveria. A gente precisa ter uma certa malícia, principalmente nós, mulheres, na rua", descreveu.
Após o crime, a jovem rapidamente foi até uma delegacia próxima para registrar um Boletim de Ocorrência. Frustrada por imaginar que não conseguiria recuperar o seu celular, ela comprou outro, sem saber que, quase cinco meses depois, iria tê-lo de volta.
"Quando foi agora delegado da 8ª Delegacia, o doutor Flávio Pinheiro, entrou em contato comigo. Eu até achei que fosse golpe, porque a gente fica desconfiada. Aí ele me ligou, eu liguei pra delegacia da minha cidade, e eles me informaram que era verdade. E hoje eu vim buscar meu telefone", explicou.
Quando fui roubada, passei por um processo psicológico muito difícil. Passava moto e eu já ficava com medo. Até pouco tempo, eu no ponto de ônibus via os motoqueiros do iFood e ainda ficava com medo.
Clara Carmo
Delegado-geral da Polícia Civil enfatiza o combate ao roubo
Em entrevista à reportagem do Grupo A TARDE, o delegado-geral da Polícia Civil, doutor André Viana, destacou que a operação é dividida em duas fases: a primeira é recuperar e devolver o bem de valor para as vítimas; e a segunda é cortar o mal pela raiz, impedindo que o crime seja cometido.
"A partir do momento em que você desestimula a questão da venda desse aparelho, que é justamente o que alimenta o furto e o roubo, você atua coibindo a receptação desse aparelho. Quem compra ou negocia material furtado, ou roubado está cometendo o crime de receptação", afirmou.

Conforme o oficial, o ponto final da missão é fiscalizar os estabelecimentos, que compram e vendem os celulares. Segundo Viana, apenas este ano a PC conseguiu um auto de infração de aproximadamente R$ 34 mil e outro de R$ 9 mil.
