Uma tarde marcada por dor e pedido de justiça. Assim foi o último adeus de Gleyce da Silva Bomfim, de 26 anos, que ocorreu na tarde desta segunda-feira (16), no cemitério Memorial Ordem Primeira de São Francisco, no bairro Cidade Nova.
A vendedora autônoma foi encontrada morta dentro de casa, no Bonfim, em Salvador, neste domingo (15). A morte dela ocorreu apenas cinco dias depois de casar com o policial militar, João Paulo Freire . Ela deixa uma filha de 7 anos, fruto de uma relação anterior.
Emocionados, familiares e amigos de Gleyce clamaram por justiça. "Minha irmã era uma pessoa amorosa. A gente quer justiça porque ele [o então marido] já está solto. A gente quer justiça porque como foi minha irmã, pode ser qualquer mulher na rua. Ele já está solto e a gente quer uma resposta. Ela estava muito feliz porque tinha casado, ela jamais faria isso [tirar a própria vida], disse a irmã de Gleyce, Kelly Bonfim.
"Não tinha problema nenhum com ela, era uma pessoa bem alegre, tinha muito amigos, era uma excelente mãe. Tinha muitas amizades, muitas pessoas boas no caminho dela, era super feliz. Só o que a gente quer agora é lutar por justiça. Ele vai ter que pagar. Ele, a mãe ou o irmão", clamou a tia, Vera Lúcia Barreto.
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Gleyce morreu com disparos de arma de fogo, na noite do domingo (15), em um condomínio na Rua Guilherme Marback, no bairro do Bonfim. O corpo de Gleyce foi encontrado em cima de um colchão. O imóvel estava revirado, com o vidro de um espelho quebrado, estilhaços de copos no chão e muita bagunça. A certidão de casamento de Gleyce também foi rasgada.
De acordo com parentes dela, o agente não prestou socorro à esposa. Antes da morte, a mãe do PM, o irmão gêmeo e o filho dele — um menino de 5 anos, fruto de uma relação anterior — também estavam no local. Após o óbito, todos deixaram a casa. O policial teria levado a arma, munição e o celular da jovem.
Em nota, a Polícia Civil disse que não descarta a possibilidade de feminicídio justamente porque "a arma utilizada não foi encontrada no local do crime". O artefato foi entregue na unidade policial, horas depois, por uma guarnição da PM. No momento, a instituição policial realiza oitivas e diligências para esclarecer a morte.