O vereador Sílvio Humberto (PSB) soltou o verbo ao analisar a forma como a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) cuidou da denúncia sobre a construção irregular de um prédio de cinco andares na parte de cima do Terreiro Casa Branca, no Engenho Velho da Federação, em Salvador.
De acordo com o edil, o espaço religioso sofre ameaças da obra desde 2019, mas a interdição só aconteceu após uma pressão popular nas redes sociais.
“Nós estamos falando do primeiro monumento negro considerado Patrimônio Histórico do país, que deu origem a casas de cultos referências na Bahia e no Brasil, como o Ilê Axé Opô Afonjá e Gantois, mas que tem o sagrado, a cultura, a tradição e o axé violados. É um absurdo que a primeira casa de candomblé do Brasil, nessa cidade mais negra fora do continente africano não tenha recebido a devida atenção do poder público dentro de suas competências institucionais, como prega, inclusive, o Estatuto da Igualdade Racial e Combate à Intolerância Religiosa do município”, criticou.
“Agora o que a comunidade e todos nós esperamos é que seja feita a demolição do imóvel e tomada as providências cabíveis para garantir o direito ao espaço, ao território”, completou.
A obra, que já havia embargada em setembro de 2022, foi interditada pela Sedur na última terça-feira (28). O órgão demoliu o último pavimento do prédio na última sexta-feira (31).
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