Dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT) temem que a PRF (Polícia Rodoviária Federal), corporação na qual o bolsonarismo conseguiu criar raízes, volte a criar dificuldades, mas, dessa vez, à festa de posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No dia de votação do segundo turno, a PRF descumpriu uma decisão do ministro Alexandre de Moraes e fez abordagens em transportes públicos. Até a hora do almoço, números internos aos quais a Folha teve acesso, a corporação já havia realizado 514 operações, 70% a mais do que no primeiro turno. Para petistas, a atuação, concentrada no Nordeste, tinha o intuito de dificultar a chegada de seus eleitores à urna.
O receio é de que a PRF adote o mesmo procedimento e dificulte a chegada de ônibus, que devem partir de todo o país, para a posse de Lula em Brasília.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem dito a aliados que poderá viajar para fora do país para não passar a faixa para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na cerimônia de posse, em 1º de janeiro.
O atual mandatário vê na saída do território a solução para deixar para seu vice, Hamilton Mourão, a tarefa de participar da solenidade, como presidente interino. Mourão foi eleito para o Senado pelo Rio Grande do Sul, vaga que assume em fevereiro.