Rodovias interditadas, atentado golpista em Brasília e vigília nos quartéis. Os mais fiéis apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protagonizaram cenas fortes após o resultado da eleição presidencial de 2022. Em contato com o Portal MASSA!, alguns aliados baianos acusam o ex-chefão do Planalto de largar mão da defesa dos mesmos valores pregados por ele durante os quatro anos de mandato.
“Nem Bolsonaro é mais bolsonarista”, disse um integrante do PL baiano e brother de longa data do ex-presidente da República, em tom de decepção. A condução do partido na Bahia, hoje na responsa do ex-ministro de João Roma, também é alvo de críticas e reclamações por parte dos mais conservadores.
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Segundo o mesmo nome ouvido, em condição de anonimato, Roma não congrega dos valores do bolsonarismo, como defesa da família e pátria, além de ‘negociar’ a legenda com todo mundo, inclusive gestões de esquerda, como o governo Jerônimo Rodrigues (PT). A fonte ainda revelou a preferência de uma ala para que a legenda tivesse ficado com Raíssa Soares, candidata ao Senado em 2022.
Sobre Bolsonaro, a queixa da turma é que o jeito manso do ex-presidente desde que voltou das gringas, muito diferente da personalidade forte que marcou seu mandato, beira a “covardia”. O sentimento dos nomes consultados é de que o ex-cabeça do Planalto largou o “combate ao sistema” pra não ter problemas com a Justiça, jogando no colo dos apoiadores toda a responsa.
Inelegível pela Justiça Eleitoral por abuso de poder, Bolsonaro também baixou o tom nas redes sociais e ficou ‘pianinho’. No Twitter, o militar parou com ataques a adversários políticos e tem publicado vídeos e feitos que atribui ao seu governo.
A postura do ex-presidente com relação a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é mais um sinal, de acordo com a turma mais conservadora da política baiana, de que Bolsonaro quer fugir de B.O, principalmente com Xandão, e quer desvincular sua imagem dos atores responsáveis pela tentativa de golpe Estado que ocorreu no dia 8 de janeiro.