De favorito a derrotado, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil) perdeu a mão e o rumo político após o resultado da eleição para o governo da Bahia em 2022. Segundo colocado na disputa com Jerônimo Rodrigues (PT), o ‘líder’ da oposição ainda tenta se reerguer e iniciar uma nova rota para se manter ‘vivo’. A avaliação de nomes ouvidos recentemente pelo Portal MASSA! é de que ele ainda não conseguiu encontrar o tom certo como opositor do atual governo.
ACM Neto, que liderou a maior parte da corrida eleitoral e foi dado por aliados como vencedor ainda no primeiro turno, foi surpreendido com o resultado das urnas, que conferiu a vitória para Jerônimo. O entendimento de um dos nomes escutados pelo Portal MASSA! na última semana é que ele não sabe como se comportar como líder da oposição sem a ‘máquina’ na mão e um mandato de expressão para poder aparecer, como nos tempos de prefeito da capital. A mesma fonte, em condição de anonimato, disse que tal comportamento compromete um desempenho futuro, caso Neto seja candidato ao governo da Bahia em 2026, já que tem aparecido pouco e deixado a desejar nas críticas ao governador petista.
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O modelo usado por Neto para criticar Jerônimo também é outro ponto que tem sido apontado de forma negativa por aliados e nomes do próprio grupo político, que acham fraca a ideia de aparecer com vídeos nas redes sociais com ataques à segurança pública, ignorando outros pontos e ‘surfando’ em tragédias. Durante a campanha ao governo, o combate à violência foi usado com exaustão pelo então candidato.
Perda de aliados
A derrota no segundo turno custou caro para Neto, avaliam nomes contrários ao ex-prefeito. Com a certeza de que Jerônimo venceria no segundo turno por causa da alta votação que recebeu já no primeiro, prefeitos, vereadores, lideranças políticas e aliados de longa data deixaram o barco e foram apoiar o petista. Nomes como Joceval Rodrigues (Cidadania), Heber Santana (Podemos) e David Rios (União Brasil) migraram para o lado do agora governador.
Partidos que apoiaram Neto durante a campanha, como Podemos, PP e Solidariedade também saíram da oposição e foram para o bloco governista na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Nos bastidores, alguns pepistas confessam que o desejo era apoiar a candidatura de Jerônimo desde o começo.
Rumo político
Após a derrota, alguns aliados defendem de forma tímida que o ex-prefeito de Salvador tente uma vaga no Senado em 2026, para evitar um novo desgaste contra Jerônimo e uma nova derrota. Com duas vagas em jogo para o Congresso, existe a expectativa de que ele seja competitivo para ficar com uma das cadeiras tenha oito anos de mandato para planejar uma nova candidatura ao governo em 2030, quando será escolhido o provável sucessor de Jerônimo.
Outra hipótese tratada por aliados é uma candidatura a deputado federal, cargo já exercido por Neto entre 2003 e 2012.
Atualmente, Neto dirige a Fundação Índigo, escola de formação política ligada ao União Brasil. O ex-prefeito de Salvador está no cargo desde maio deste ano, além de ser secretário-geral da legenda comandada por Luciano Bivar.