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Exclusivo! - 26/07/2023, 14:10 - Cássio Moreira

“Derrota fragilizou ACM Neto como líder do grupo", dispara Kleber Rosa

Destino político do ex-prefeito de Salvador continua uma incógnita

Kleber Rosa bota torando em cima de ACM Neto
Kleber Rosa bota torando em cima de ACM Neto |  Foto: Reprodução/TV Bahia

O destino político de ACM Neto (União Brasil) após a derrota na disputa para o governo da Bahia nas eleições de 2022, continua uma incógnita. Adversário de Neto no pleito do ano passado, o sociólogo e investigador da Polícia Civil, Kleber Rosa (Psol) afirmou, em papo exclusivo com o Portal MASSA!, nesta quarta-feira (26), que o resultado nas urnas fragilizou a imagem do ex-prefeito de Salvador como líder absoluto do grupo político.

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Kleber apontou alguns fatores que podem ter colaborado para a derrota de Neto, que foi apontado durante parte da campanha como favorito. A escolha de empresária Ana Coelho (Republicanos) como vice na chapa, a decisão de não participar da maioria dos debates no primeiro turno e a neutralidade na eleição para presidente da República são apontados como pontos negativos para a campanha de ACM Neto, na avaliação do psolista.

“ACM Neto saiu muito fragilizado do processo eleitoral porque é atribuída a ele a responsabilidade pela derrota pelos erros que cometeu na condução da estratégia eleitoral. Desde a decisão sobre a escolha da vice, a decisão de não participar dos debates, de ficar em cima do muro com relação à campanha para presidente. Ele fez escolhas que foram fundamentais na derrota eleitoral dele. Isso já fragiliza ele dentro do grupo. Ele atraiu uma série de correligionários, prefeitos, grupos que estavam no campo do PT, porque acreditavam na vitória, e ele entregou uma derrota. Então, isso fragilizou ele como líder eterno do grupo. Esse resultado ter deixado sem lugar de fala, no limbo institucional. Isso também, somado ao peso da derrota e da responsabilidade dele, o fato de não ter um lugar de fala, espaço para ocupar a mídia para se posicionar, fazer disputa”, iniciou Kleber Rosa.

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Ele atraiu uma série de correligionários, prefeitos, grupos que estavam no campo do PT, porque acreditavam na vitória, e ele entregou uma derrota

O cientista social ainda afirmou que uma candidatura de Neto a prefeito de Salvador em 2024, hipótese já levantada por aliados, só traria um desgaste ainda maior para o grupo de oposição, uma vez que Bruno Reis (União Brasil) é o nome natural para tentar a reeleição.

“Cogita-se que ele possa ser candidato a prefeito em Salvador, mas é um movimento muito brusco e com alto poder de efeito colateral. O candidato natural é Bruno Reis, por ser o prefeito, por tá numa posição favorável eleitoralmente. Então, uma tentativa de tirar Bruno da eleição e Neto assumir pode gerar mais um desgaste interno [...] Pode ter efeitos internos que comprometam ainda mais a imagem dele interna no grupo. Aí surgem as possibilidades e especulações, até as propostas, que acho que pesam mais negativamente do que positivamente, como a de Leão de que ele se candidato a prefeito de Camaçari, que mostra a dificuldade de achar um lugar para ele no processo eleitoral”, completou.

Para Kleber Rosa, ACM Neto terá uma dificuldade ainda maior, caso resolva enfrentar novamente Jerônimo Rodrigues nas urnas em 2026. Isso porque, segundo ele, o secretário-geral do União Brasil já entraria com alta chance de derrota, lembrando que Neto perdeu em 2022, quando era franco favorito no pleito.

“Um outro elemento é a falta de perspectiva a médio prazo, porque ele foi derrotado na candidatura a governador em uma eleição em que era franco favorito e despontou nas pesquisas com 64%, reinando absoluto ali, e enfrentou uma candidatura de uma pessoa que era totalmente desconhecida, que era Jerônimo, despreparada para uma disputa [...] Ainda assim, derrotou ACM Neto pela força política que o grupo apresentou, pela relação com Lula. Imaginar uma nova disputa de ACM Neto com Jerônimo, em um cenário em que ele já foi derrotado por Jerônimo, que agora é governador, e que Lula é o presidente e Bolsonaro inelegível [...] Se ele perdeu em uma eleição em que era favorito, ele entraria em um processo com Jerônimo como não favorito, em um nível de dificuldade grande”, disparou Kleber Rosa, que fez uma previsão de um período de dificuldades para ACM Neto se manter vivo.

Para Kleber, que também é cotado pelo Psol para disputar a prefeitura de Salvador em 2024, outra ‘porrada’ nas urnas poderia enterrar definitivamente ACM Neto.

“A possibilidade dele vislumbrar uma eleição para governador é muito improvável. Uma segunda derrota seria um impacto maior e poderia enterrá-lo definitivamente. Então, a vida dele não é fácil, ele tá em uma situação extremamente delicada e isso torna ele hoje uma liderança política frágil. Eu não acho que ele está morto, não dá para menosprezar o nome, que é herança de um período muito grande de exercício de poder na Bahia, a força do grupo político, que dirige grandes cidades que exercem um papel na geopolítica baiana importantíssimo. Não dá pra dizer que ele tá morto, mas dá pra dizer que ele tá em um processo muito difícil que pode levar a uma derrocada grande como liderança e alguém que vislumbre um espaço de poder estadual”, finalizou.

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Não dá pra dizer que ele tá morto, mas dá pra dizer que ele tá em um processo muito difícil que pode levar a uma derrocada grande como liderança

Quarto colocado no primeiro turno, Kleber Rosa apoiou Jerônimo Rodrigues no segundo turno contra ACM Neto. Foi a primeira vez que Psol e PT caminharam juntos na Bahia.

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