Uma eventual e tão próxima reforma administrativa no Governo do Estado já começou a fazer com que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) passasse a receber presidentes dos partidos aliados para discutir os espaços de cada sigla a partir de 2025.
Com o fim das eleições municipais, algumas mudanças forçadas precisam ser feitas, devido a secretários e deputados estaduais eleitos prefeitos.
Nesta quinta-feira (7), durante conversa com a imprensa após ato de entrega de ambulâncias e autorização para construção de escolas indígenas e outras obras, Jerônimo revelou teor das conversas com os dirigentes partidários.
“Nessa reunião que eu fiz com os presidentes de partido, para agradecer as eleições de 2024, aconteceu uma demanda, é natural que os partidos se coloquem, nós gostaríamos que não movimentasse a gente, o movimento é natural, nós tivemos um partido que elegeu um deputado para o prefeito, que é o PSD, elegeu Eures e requer a possibilidade de se puxar Jusmari [para a Alba], que é uma secretária, isso é uma mudança que pode acontecer por fluxo no processo", explicou o governador.
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Jerônimo disse ainda que as legendas que fazem parte do arco de alianças na Bahia colocaram seus pedidos à mesa e que pretende manter o diálogo aberto para poder contemplar da melhor forma os partidos.
"Todos os partidos colocaram na sua dimensão o que é que pretende, dialogar com os municípios, inclusive tem partidos que, ou filiaram ou tem prefeitos ou prefeitas, que a gente não acompanhou agora, porque nós tínhamos um outro que me carregou, que carregou o nosso time em 2022, tem quem não votou em comigo, ou eu não fui lá fazer campanha, mas quer dialogar, o prefeito quer encostar, é uma missão do partido, então essa foi uma das conversas, mas também colocaram essa situação", disse.
Apoio do PP
Jerônimo demonstrou ainda interesse claro em contar com o PP em sua base de forma definitiva, com intuito de ampliar ainda mais a relação com o partido, mesmo já havendo com os deputados estaduais da sigla.
“Nós temos uma boa relação nos projetos que são apresentados na Assembleia, então a bancada de deputados estaduais tem acompanhado nas votações, então é uma bancada de um partido que não está decidido se vai nos acompanhar, mas tem se comportado, inclusive nas idas ao interior, nas agendas ao meu lado, tem direito a falar, como qualquer deputado que participe no evento, é um direito parlamentar poder acompanhar as entregas nossas, mas eu tenho interesse sim de ter o PP institucionalmente, não é a bancada apenas, o PP, Partido Progressista ao meu lado da nossa base, já foi, tivemos relações, eu estou tentando e trabalhando para construir isso, eu espero que seja isso", afirmou.
Apesar do interesse, Jerônimo deixou claro que nenhum movimento de reaproximação institucional deve ser feito sem a anuência do governo federal, tendo em vista a necessidade de apoio do PP no Congresso ao governo Lula.
"Eu não posso fazer um movimento aqui se não for dentro de um alinhamento com o presidente Lula. Nacionalmente no Congresso o Lula precisa do PP, que está construindo isso, e se ele constrói lá, mas está dialogando conosco, tem uns interlocutores partidários e deputados que estão lá permanentemente dialogando sobre isso, mas eu mesmo pessoalmente dialogando com o Lula, com Padilha, com o Rui Costa, para que a gente possa criar um ambiente de que o PP possa acenar e apoiar o presidente e aqui na Bahia apoiar a gente", pontuou.