Aparentemente apaziguada, a eleição para a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) ganhou novos contornos nos últimos dias. Segundo informações obtidas pelo Grupo A TARDE, o atual presidente da Casa, Adolfo Menezes (PSD), pode recuar da nova tentativa de reeleição.
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O recuo, entretanto, seria estratégico. Adolfo, antes unanimidade para ser reconduzido ao cargo, teme, nos bastidores, a judicialização de uma eventual nova vitória sua.
O impasse surgiu após a PEC da Reeleição, aprovada pela Casa em 2024. Apesar da proposta abrir brecha para a renovação do mandato de presidente dentro de uma mesma legislatura, Adolfo teme ser 'retirado' da cadeira pela Justiça, o que poderia culminar na chegada de um nome do PT, principal aliado do PSD, ao posto. Para o partido do atual presidente da Alba, o comando do Legislativo é visto como de suma importância.
Atualmente, Rosemberg (PT), líder do governo Jerônimo Rodrigues (PT), é o nome mais forte para ocupar a 1ª vice-presidência, que pode lhe levar, em caso de judicialização da eleição, ao cargo de presidente da Alba. Na tentativa de evitar a ascensão do aliado, Adolfo pode declinar da reeleição e apoiar outros dois nomes do PSD: Ivana Bastos e Alex da Piatã.
Deputada estadual mais votada em 2022, Ivana chegou a colocar o nome como candidata para o biênio 2023/2024, mas retirou sua candidatura para apoiar a reeleição de Adolfo.
Procurada pelo A TARDE, Ivana confirmou que será candidata, caso Adolfo desista de concorrer. Ela, porém, frisou que se o atual presidente colocar o nome para a reeleição, terá o seu apoio.
"Sou candidata à presidência da Assembleia Legislativa, caso o presidente Adolfo Menezes não dispute a reeleição. Lembrando que o meu nome já foi colocado como consenso pelo senador Otto Alencar, presidente do PSD", afirmou.
"No entanto, se Adolfo confirmar sua candidatura, terá meu total apoio, como sempre teve", pontuou a deputada.
Alex também é tido como um nome de consenso e da total confiança do Palácio de Ondina, assim como Ivana.
Os dois nomes são vistos com bons olhos pelo governo, na contramão de Angelo Coronel Filho, também do PSD, que surge como terceira opção, em manobra do seu pai, o senador Angelo Coronel (PSD).
Com o filho presidente da Alba, Angelo teria, na avaliação de integrantes do governo, um trunfo para pleitear seu espaço na chapa majoritária governista em 2026, hoje ameaçado com a possível candidatura do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT).
A eleição para a presidência da Alba acontece no dia 3 de fevereiro, quando retornam os trabalhos do Legislativo.