O ex-presidente Jair Bolsonaro continua sem se manifestar sobre a operação da Polícia Federal (PF) que investiga participação de seus aliados em um suposto esquema de venda de presentes recebidos pelo Estado. Dois dias após a PF deflagrar a apuração, o político segue em silêncio nas suas redes sociais sobre o caso.
O tom de quietude vem após a PF solicitar a quebra dos sigilos bancário e fiscal dele e da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, na investigação do caso. Antes disso, em uma entrevista ao canal bolsonarista Te Atualizei, divulgada neste domingo (13), mas gravada no dia 1º de agosto, o ex-presidente admitiu a possibilidade de seus ex-auxiliares serem culpados, porém afirma que as prisões deles tem intenção de atingi-lo e forçar delação.
"Tenho dois auxiliares meus diretos presos há 90 dias, tem dois [auxiliares] que não eram diretos meus, mas estão presos ainda, são da ativa: o [Mauro] Cid e o sargento [Luis Marcos dos] Reis, cuja punição, se fossem culpados, podem até ser, não sei, não seria passível dessa preventiva que estão sofrendo agora. Um objetivo é uma delação premiada e outro [objetivo] é me atingir", afirmou no vídeo veiculado neste domingo.
Relembre o caso
A PF deflagrou nesta sexta-feira (11) uma investigação sobre o desvio de jóias e suposto esquema de venda de presentes dados ao Estado brasileiro durante missões oficiais no exterior.
Além do envolvimento do tenente-coronel Mauro Cid, a investigação tem como alvo: o pai de Cid, general Mauro Lourena Cid; o ex-ajudante de ordens Osmar Crivelatti e o advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef.
No total, o órgão federal cumpre quatro mandados de busca e apreensão, sendo dois em Brasília, um em São Paulo e um em Niterói, no Rio de Janeiro.
Intitulada de “Lucas 12:2”, o nome da operação é uma referência ao versículo bíblico que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.
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