
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou a diferença de tratamento entre os presos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 e os anistiados que participaram da resistência armada durante o período da ditadura militar. O ex-chefe do Executivo destacou que quem participou dos atos de 8/1 era, em sua maioria, composto por “cidadãos comuns”, incluindo idosos e mães de família.
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“Compare-se isso à realidade vivida por cidadãos comuns que estiveram nos protestos de 8 de janeiro de 2023. Mais de 2 mil pessoas foram presas, muitas sem antecedentes criminais, algumas idosas, mães de família ou trabalhadores que jamais pegaram em armas“, escreveu Bolsonaro em suas redes sociais nesta segunda-feira (12).
Bolsonaro também enfatizou que os envolvidos nas guerrilhas contra a ditadura ainda ganharam indenizações do Estado, enquanto a maioria dos envolvidos no 8/1 foi presa sem provas concretas de participação em atos de vandalismo e sem ter o direito à “ampla defesa respeitado”.
“Não se trata de negar responsabilizações. Mas como explicar que um militante que participou de sequestros, como integrantes do MIR ou da VAR-Palmares, receba indenização vitalícia do Estado, enquanto um pai de família que protestava em Brasília enfrenta 17 anos de cadeia, sem histórico de violência?”, questionou o ex-presidente.
Será que é isso mesmo?
Bolsonaro não mencionou que, dos 39.660 requerimentos de anistia aceitos pelo Estado, apenas 356 atuaram diretamente na militância de resistência à ditadura.
Enquanto isso, 4.514 contemplados faziam parte das Forças Armadas. Os valores pagos aos anistiados variam de um salário mínimo até R$ 49 mil, dependendo da profissão que a pessoa exercia quando foi afetada pelo regime militar.