O Colégio Estadual Barros Barreto, em Paripe, recebe nos dias 17 e 18 de outubro a 4ª edição do Festival das Periferias, evento aberto ao público que caminha para ser um dos principais espaços de celebração da criatividade, da cultura e do empreendedorismo das comunidades periféricas de Salvador. A edição deste ano tem início às 13h e traz o tema “Somos Ubuntu – Eu sou, porque nós somos”, destacando o valor da coletividade, da identidade e da solidariedade entre os povos.
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Realizado pela CIPÓ Comunicação Interativa, por meio do projeto LabCIPÓ, o festival é protagonizado por jovens das periferias e conta com apoio do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura, com recursos da Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura.
Durante dois dias, o público terá acesso a uma programação diversificada, com oficinas, apresentações artísticas, batalhas de slam, rodas de conversa e intercâmbio cultural com coletivos da Argentina e da Colômbia, como a Asociación El Culebrón Timbal e a Fundación Comunidad Contemporánea. Também haverá articulação com o LABGESTÃO da UFRB, reforçando o diálogo entre arte, educação e inovação social.
Entre as atrações, o público poderá conferir apresentações da Banda Guias Cegos, da cantora Hévila Mello, do rapper Shaft, da Banda Swing de Negro e do cortejo da CIA Black Dance, além da participação especial da fanfarra escolar BAMABB.
O evento também contará com arenas temáticas, reunindo espaços de culinária, arte, empreendedorismo e esportes. A feira gastronômica será um dos destaques, aproximando o público de empreendedores locais e valorizando os sabores das comunidades.
A poesia periférica também terá vez, com uma batalha de slam que premiará os melhores versos. No sábado, o público poderá acompanhar o The Clash, uma competição inédita que coloca frente a frente os estilos da Cultura Ballroom e do movimento Hip-Hop AllStyle, com premiação para o vencedor.
Para Leandro Vilas Verde, coordenador do Festival e integrante do Comitê Gestor da CIPÓ, o evento reflete a essência da filosofia africana Ubuntu, vivida cotidianamente nas periferias:
“Mesmo sem conhecer o termo, as comunidades periféricas praticam o Ubuntu. Quando uma pessoa cresce, ela puxa a outra; quando alguém tem uma condição melhor e compra de um pequeno empreendedor local, está fortalecendo a economia da própria comunidade”, explica.
Leandro também destacou a importância dos coletivos periféricos como força motriz de transformação social: “Hoje, os coletivos são os principais protagonistas nas comunidades. Eles realizam festivais, feiras, saraus, e movimentam a cena cultural de forma cooperativa e horizontal. É uma revolução silenciosa que precisa ser reconhecida e apoiada pelo Estado”, afirmou.
Encerrando as atividades do projeto LabCIPÓ 2025, o Festival das Periferias reafirma o papel das comunidades como polos de resistência, criação e solidariedade, fortalecendo o protagonismo da juventude e mostrando que, juntos, “somos Ubuntu”.
A programação completa pode ser conferida no Instagram @cipocomunicacao.
*Sob supervisão do editor Anderson Orrico
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