
Entre montanhas, rios e o silêncio inspirador do Vale do Capão, a Chapada Diamantina vai sediar, de 20 a 22 de novembro, mais uma edição do Expande Capão, encontro que propõe um diálogo entre povos originários, neurociência e medicina psicodélica. A programação reúne nomes nacionais e internacionais para discutir saúde, consciência e espiritualidade sob novas perspectivas.
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Durante três dias, a vila se transforma em um espaço de trocas entre pesquisadores, terapeutas e lideranças indígenas que abordam o uso da Cannabis e de substâncias enteógenas, como ayahuasca, jurema e cogumelos, em contextos médicos, culturais e espirituais.
Entre os palestrantes estão Augusto Vitale Marino, ex-presidente do Instituto de Regulação e Controle da Cannabis do Uruguai e referência em políticas públicas sobre a planta; o neurocientista Dráulio Barros de Araújo, da UFRN, pioneiro em estudos clínicos com ayahuasca; e a psicoterapeuta Tabata Gerk, mestre pela UnB, que une espiritualidade feminina e psicologia integrativa.
Também participam o indigenista e escritor Jairo Lima, do Fórum Mundial da Ayahuasca 2026, que discute o conceito de biocultura — conexão entre saúde mental, espiritualidade e território —, e a médica Mariane Ventura, especialista em Cannabis Medicinal e Medicina da Dor, que defende a retomada dos saberes ancestrais silenciados pelo proibicionismo.

A presença indígena é outro ponto forte da programação. A médica Adana Omágua Kambeba, primeira mulher do povo Kambeba formada pela UFMG, fala sobre o diálogo entre medicina indígena e científica. Já Daiara Hori Figueroa Sampaio (Duhigô), artista e ativista do povo Tukano, aborda a arte e a ancestralidade como caminhos de cura e resistência cultural.

Com curadoria de Marco Algorta e Diogo Busse, o Expande Capão acontece em paralelo ao Capão in Blues, tradicional festival que movimenta a região com shows e atividades culturais. A realização é da Viramundo Produções, com patrocínio da aLeda, reforçando o Vale do Capão como território de encontro entre conhecimento, natureza e transformação coletiva.