A decisão do Ministério Público da Bahia de manter as torcidas únicas nos clássicos entre Bahia e Vitória no ano de 2024 tem levantado diversas opiniões, inclusive, de torcedores simbólicos da dupla Ba-Vi, como Sinho do Vitória e Binha do Bahia, que ficam na bronca com a ausência das torcidas mistas.
A dupla, que torce para times distintos, se uniu para defender das duas torcidas nos clássicos, que não ocorre desde 2018, quando aconteceu o Ba-Vi da paz, protagonizado por episódios violentos dentro e fora de campo.
Para o Rubro-Negro Sinho, o “gostoso” dos clássicos é presenciar as cantorias e provocações dos dois grupos nas arenas, defendendo que as duas torcidas deveriam ser liberadas de frequentar o estádio de forma simultânea novamente, porém, com o policiamento adequado.
“Eu acharia, sim, que poderia ter encontro no caso de torcida. Não torcida única, como fazia antes. Quando não é clássico, é um jogo normal, o Ministério convoca muito policiamento para não haver brigas com a torcida que vem de fora. É lógico e isso é evidente que também não é só aqui como fora de Salvador que isso também acontece. Tem o policiamento, pronto, se é um clássico Ba-Vi é só reforçar o policiamento”, expressou ele, que prioriza a paz nos estádios, independente de rivalidade.
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“Mas que vença o melhorné! Ou seja, o clássico Ba-Vi, porque briga só com eles em campo. Do lado de fora nós queremos paz no futebol. É isso que nós queremos, ter o direito de poder ir e vir, de levar nossa família e não assistir só um clássico BA-VI, assistir outros jogos, porque é o direito que nós temos de se divertir no estádio de futebol, principalmente um clássico”, finalizou Sinho.
Do lado Tricolor, Binha do Bahia também se mostra a favor da união das torcidas nos jogos, ressaltando que deve haver um maior esforço policial nos dias da partida, assim como nos carnavais, e afirmando que apenas os responsáveis pelos casos de violência devem ser punidos e não a torcida como um todo.
“Eu sou a favor da torcida, das duas torcidas juntas na Fonte Nova ou no Barradão. Você vê que a nossa polícia militar protege 2 milhões de foliões no carnaval e não tem condição de dar proteção a 30, 40 mil torcedores do Bahia ou do Vitória? A torcida tem que ser mista no estádio. Isso é preconceito e discriminação. Na minha opinião, o torcedor da Bahia sofre. Antigamente a gente ia pra Fonte Nova junto. Por que agora não vai mais?”, bradou o torcedor.
“Se a torcida organizada jogar, venha punir a torcida organizada, mas não os torcedores comuns. Quer dizer, o cidadão que é torcedor vai torcer para o Bahia e é punido. E os torcedores que vão brigar, são beneficiados? Eu sou a favor que a torcida organizada fique totalmente afastada e libere o torcedor comum. Bota a torcida organizada de um lado do Bahia e a torcida organizada do Vitória do outro. Cada um no seu espaço”, concluiu.
Recomendação do MP
A recomendação de permanecer com as torcidas únicas em 2024 foi realizada pelo Ministério Público da Bahia, na última segunda-feira (18). Segundo o órgão, esta é uma das medidas de segurança que têm sido adotadas no país para reduzir conflitos entre torcedores nos dias de jogos, inclusive no clássico Ba-Vi.
O órgão aponta que, somente em 2023, ao decorrer das partidas, muitos relatos e registros de violência surgiram, incluindo vandalismo. Torcedores foram presos e diversos objetos como pedaços de madeira, soqueiras, fogos de artifício, facas e até máquinas de choque foram apreendidos, usados como armas em atos violentos.