Após a determinação de manter a torcida única nas partidas entre Bahia e Vitória, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) afirmou que a decisão foi tomada de maneira unânime em reunião e com aval de representantes da dupla Ba-Vi.
De acordo com a promotora Thelma Leal, o MP tem registros que comprovam o manifesto favorável do Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos (BEPE), além de representantes do poder público, dos clubes e da própria Federação Bahiana de Futebol (FBF).
Vale lembrar que o Vitória já se posicionou anteriormente a respeito da pauta, sempre favorável ao retorno das duas torcidas ao estádio.
"Contamos com a opinião favorável de todos os atores envolvidos nessa situação. Nós temos isso registrado em uma ata de audiência, tudo muito bem registrado através de advogados do Vitória e do Bahia, e de representantes da FBF. Temos uma ata que prova tudo", garante a promotora.
Thelma Leal revelou que o Ministério Público chegou a oferecer a possibilidade de uma votação pública para sobre a situação das torcidas únicas. A promotora afirma que a imprensa também teria participação no processo.
"Juntamos notas publicadas na imprensa e informações da polícia sobre situações de violência envolvendo torcedores, tanto comuns como de organizadas. Nossa intenção com esse procedimento era reunir todos os interessados, inclusive a imprensa com participação efetiva, para que nós fizéssemos uma votação. Diante do resultado dessa votação, a gente acolheria esse resultado. Entretanto, após uma reunião realizada, todos os presentes foram unânimes [a favor da torcida única]. A exceção foi a Assembleia Legislativa, que não se posicionou nem a favor e nem contra", disse.
Violência além dos clássicos
Ainda de acordo com a promotora, existiram situações de violência nos estádios que não foram noticiadas pelos veículos de imprensa da Bahia. Ela chegou a citar uma confusão entre torcedores e a Polícia Militar após a última partida do Bahia no Campeonato Brasileiro, quando o Esquadrão escapou do rebaixamento ao golear o Atlético-MG por 4 a 1.
"Uma verdadeira praça de guerra na ladeira da Arena Fonte Nova. O tumulto se iniciou entre torcedores e a Polícia Militar ainda dentro do estádio e terminou na ladeira. A PM foi obrigada a usar armas de efeito moral, bombas de gás e balas de borracha. Eu fiquei surpresa que a situação não foi noticiada pela imprensa em momento algum", indicou.