O técnico da seleção iraniana, Carlos Queiroz, e o treinador alemão e ex-jogador Jurgen Klismann tretaram feio nos últimos dias. O 'parangolé' teve início após Klismann criticar o comandante português na vitória do Irã contra País de Gales, pela segunda rodada do Grupo B da Copa do Mundo.
O alemão afirmou à BBC que os jogadores iranianos pressionaram o juiz da partida porque é um hábito cultural do país. Além disso, o ex-atleta disse que Queiroz encaixa no Irã por ter comportamento parecido.
"Faz parte da cultura deles, da forma como jogam. O Carlos encaixa muito bem nesta seleção nacional e na sua cultura. Não é uma coincidência. É tudo de propósito. Faz parte da cultura deles, é assim que jogam. Eles pressionam o árbitro. Basta ver o banco, a forma como saltavam em cima do assistente e do quarto árbitro. Há muita coisa que não se vê. Esta é a cultura deles, eles meio que tiram o foco. Fazem com que você perca a concentração e isso é algo importante. E aí te tiram do jogo", disparou.
Ao rebater o comentário, Queiroz acusou o alemão, ex-treinador dos Estados Unidos, de agir de forma preconceituosa. "Caro Jurgen, você tomou a iniciativa de me chamar de Carlos, então acredito que seja apropriado chamá-lo de Jurgen. Certo? Mesmo não me conhecendo pessoalmente, você questiona meu caráter com um típico julgamento preconceituoso de superioridade. Não importa o quanto eu possa respeitar o que você fez dentro do campo, essas observações sobre a cultura iraniana, a seleção iraniana e meus jogadores são uma vergonha para o futebol. Ninguém pode ferir nossa integridade se não estiver no nosso nível, é claro. Mesmo assim, gostaríamos de convidá-lo a vir ao nosso acampamento da seleção nacional, conviver com os jogadores do Irã e aprender com eles sobre o país, o povo do Irã, os poetas e a arte, a álgebra, toda a tradição milenar cultura persa. E também ouvir de nossos jogadores o quanto eles amam e respeitam o futebol", iniciou o treinador, que ainda ligou o fato de Klismann já ter treinado os Estados Unidos, próximo adversário do Irã, com as críticas.
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"Como americano/alemão, entendemos seu não-apoio. Sem problemas. E apesar de seus comentários ultrajantes na BBC tentando minar nossos esforços, sacrifícios e habilidades, prometemos que não faremos nenhum julgamento sobre sua cultura, raízes e antecedentes e que você sempre será bem-vindo à nossa Família. Ao mesmo tempo, queremos apenas acompanhar com toda a atenção qual será a decisão da Fifa em relação à sua posição como membro do Grupo de Estudos Técnicos da Copa do Mundo Qatar 2022. Porque, obviamente, esperamos que você se demita antes de visitar nosso acampamento", pontuou.