A maratona de jogos no futebol brasileiro seguirá implacável em 2025, com competições como estaduais, Copa do Brasil, Copa do Nordeste, Brasileirão, Libertadores e Sul-Americana. Esse calendário apertado muitas vezes tem 'lascado' os atletas, tanto física, quanto psicologicamente.
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“O futebol gera uma sobrecarga no organismo, causando estresse que precisa de tempo para recuperação. Sem isso, o risco de lesões aumenta consideravelmente”, explica Taline Santos, médica do esporte e ex-profissional do Corinthians.
Por que tanta lesão de joelho?
A ausência de tempo suficiente entre os jogos tem gerado um aumento em lesões musculares e ligamentares, muitas delas graves. A mais famosa tem sido a de LCA (ligamento cruzado anterior), no joelho, que já tirou diversos craques dos gramados por meses, como as lesões recentes de Neymar (Al Hilal), Pedro (Flamengo) e Acevedo (Bahia).
Taline destaca que a fadiga eleva os riscos de entorses e lesões traumáticas. “Um músculo fadigado não protege adequadamente as articulações, o que pode levar a lesões ligamentares, como as do joelho”, afirma.
E dá pra fazer o quê?
Além dos jogos, há treinos e viagens, o que limita ainda mais o tempo de recuperação. Estratégias como alimentação adequada, sono de qualidade, massagem esportiva e crioterapia são essenciais, mas nem assim dá para neutralizar os efeitos de um calendário tão desumano.
“A imersão em banheira de gelo, por exemplo, reduz inflamação e dor, mas não resolve a raiz do problema: a falta de tempo para restaurar o corpo após o estresse físico”, pontua a especialista.
Cabeça quente
O impacto psicológico também é evidente. Sob pressão constante de torcedores e clubes, muitos atletas sofrem alterações de humor e até mesmo queda na imunidade, reflexos do overtraining. Taline alerta: “Sem planejamento adequado, o risco é o corpo e a mente cederem, prejudicando a performance e a longevidade da carreira dos jogadores.”
Ladeira abaixo
O cronograma de 2025 só deve piorar essa situação, com os estaduais iniciando já em 11 de janeiro e competições internacionais em fevereiro e abril. “É um massacre”, resume Taline.