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Revolução no cinema baiano - 17/11/2023, 12:00 - Artur Soares*

'Ó Paí, Ó' mudou a maneira como o baiano é representado, afirma ator

"Encerrou uma era Jorge Amadiana", alega Érico Brás sobre o longa

Segundo Érico Brás, há alguns anos, todos os personagens baianos do cinema eram baseados apenas no que Jorge Amado descreveu em seus livros
Segundo Érico Brás, há alguns anos, todos os personagens baianos do cinema eram baseados apenas no que Jorge Amado descreveu em seus livros |  Foto: Shirley Stolze / Ag. A TARDE

Ó Paí, Ó é uma das obras mais importantes para a indústria do cinema nacional, sendo a maior representação da Bahia nas telonas. O filme foi um sucesso e sua repercussão foi tão grande que, mesmo depois de mais de uma década, o público ainda clamava por uma sequência, que terá estreia oficial na quinta-feira (23), mas com sessões de pré-estreia nos próximos três dias. De acordo com Érico Brás, o trabalho da equipe afetou também a maneira como o povo baiano é representado pelas grandes produções.

“Essa companhia de teatro com várias obras, que estão refletidas no Ó Paí, Ó 1 e 2, encerrou uma era Jorge Amadiana no Brasil”, começou. O ator explica que, há alguns anos, todos os personagens baianos do cinema eram baseados apenas no que Jorge Amado descreveu em seus livros.

“Toda mulher baiana é uma Tieta, é uma Gabriela com um tomara que caia com metade do peito na rua. Qualquer menino correndo na rua é um Capitão de Areia que tá ali para roubar”. O ator finalizou instigando que novas histórias sejam escritas sob essa nova perspectiva. “Além de Ó Paí, Ó, tem milhões de histórias que podem ser contadas só aqui. Quem vai contar isso?”, finalizou.

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O filme

Filmado no Centro Histórico de Salvador e no bairro do Rio Vermelho, Ó Paí Ó 2 utiliza humor e música para abordar temas sociais e denúncias do cotidiano da população pobre e, em sua maioria, negra. A trama vai apresentar novas aventuras dos personagens que marcaram o primeiro longa. Além de Dira Paes, Érico Brás, Luciana Souza, Tânia Tôko e Lyu Arisson, retornam à produção Rejane Maia, Jorge Washington, Cássia Valle, Edvana Carvalho, Vinícius Nascimento, entre outros.

Somam-se ainda ao elenco em participações especiais os atores Luis Miranda, Ricardo Oshiro e Clara Buarque, e representantes da cena musical baiana, como os cantores Russo Passapusso (BaianaSystem), Margareth Menezes, Tiganá Santana, Guiguio Shewell (ex-Ilê Aiyê), Pierre Onassis (ex-Olodum), Nininha Problemática, o grupo Attooxxa e a cantora Alana Sarah.

A diretora Viviane Ferreira ("Um Dia com Jerusa"), segunda mulher negra no Brasil a dirigir individualmente um longa-metragem de ficção, também assina o roteiro ao lado de Elísio Lopes Jr, Daniel Arcades, Igor Verde e colaboração de Luciana Souza, Bando de Teatro Olodum e Rafael Primot. Primeira brasileira a ganhar um prêmio no Festival de Sundance, Lílis Soares ("Mami Wata") assina a direção de fotografia. O filme tem patrocínio Devassa, marca do Grupo HEINEKEN Brasil, e apoio do Rei do Mate, Calvin Klein e Banco BRP.

Sinopse

Mais de quinze anos se passaram entre os dois filmes. Agora, Roque (Lázaro Ramos) está prestes a lançar sua primeira música e acredita que vai se tornar um artista de sucesso. Em tratamento psicológico desde o assassinato de seus filhos, Dona Joana (Luciana Souza) volta a aprontar no prédio, mas há quem ache que ela é quem está certa.

Já Neuzão (Tânia Toko), perde seu bar para uma turma de caráter duvidoso, causando uma comoção geral. Enquanto isso, os jovens da segunda geração dominam a tecnologia e lutam pela causa negra com atitude regada à música e poesia.

*Sob a supervisão do editor Jefferson Domingos

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