Altura, peso, gostos similares e renda. Além destes, existem muitos outros fatores que podem ser levados em consideração na hora de resolver sair com alguém. Em um mundo dominado por aplicativos de namoro que prometem o parceiro ideal, está cada vez mais difícil achar alguém que realmente vale a pena investir. É com base nessa premissa que Amores Materialistas, que chega hoje aos cinemas, desenvolve seu enredo.
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O longa acompanha Lucy, uma casamenteira que acredita que casamentos são uma relação de negócios. O destaque da obra está em como ela abraça características clássicas dos romances dos anos 2000. Indo desde o poster com fundo branco e os protagonistas em destaque até a protagonista metódica que decide dar uma chance ao amor. Tudo parece lembrar um filme que facilmente passaria na Sessão da Tarde, o que traz aquela sensação de nostalgia.
O “materialistas” no título não é à toa. O enredo se apoia fortemente em criticar o modo como as relações ocorrem no mundo contemporâneo. Sem abrir mão do romance, o roteiro aponta como muitos dates acontecem por motivos superficiais e como a busca por padrões de beleza pode prejudicar a autoestima de quem está em busca de um amor.
Como todo bom romance, aqui também ocorre o embate entre um triângulo amoroso. De um lado, temos o personagem de Chris Evans, um pobre e sonhador que ama perdidamente a protagonista. Do outro, temos Pedro Pascal vivendo um ricaço em busca de uma parceira ideal. Ambos estão muito bem em seus respectivos papéis, embora seja uma pena que o filme não desenvolva muito a rivalidade entre os dois.
No meio desse duelo por amor, está Dakota Johnson, que não tem a melhor das atuações, mas compensa com a química tanto com Evans, quanto com Pascal. O filme é uma grande jornada da personagem de Johnson repensando suas certezas. Mesmo sendo alguém que ganha a vida com casamentos, ela lentamente percebe que o amor é algo complexo demais para ser definido em apenas um date.
Amores Materialistas é um romance com cara de filme antigo, mas que não abre mão de falar sobre temas atuais. A obra é leve e aponta críticas pertinentes sobre os impactos que os padrões de beleza tem sobre aqueles que desejam um amor.
Assista ao trailer:
Diretora indicada ao Oscar
Além de seu elenco de peso, outro ponto que chamou a atenção em Amores Materialistas é sua diretora. Esse é o segundo longa de Celine Song, diretora do aclamado Vidas Passadas, que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme e Melhor Roteiro Original em 2024. Depois de um começo promissor em Hollywood, a diretora decide apostar em uma roupagem diferente de seu primeiro sucesso.
A direção de Celine continua apostando em grandes momentos de contemplação, em que o público se pega distraído admirando a beleza do que está em tela, mesmo que nada esteja sendo dito. Entretanto, a sul-coreana se perde na hora de desenvolver todos os núcleos que são apresentados na história. Em alguns momentos, o filme não parece saber se quer investir na crítica à modernidade ou focar apenas no romance. Apesar disso, a produção ainda continua sendo uma experiência linda.
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