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Você não pode perder - 06/11/2025, 12:00 - Artur Soares - Atualizado em 06/11/2025, 12:37

Cinema nacional: top 10 filmes brasileiros que você precisa assistir

Embalado pela estreia de O Agente Secreto nos cinemas do país, o MASSA! preparou um lista bem diversa de obras nacionais

O cinema brasileiro é muito rico!
O cinema brasileiro é muito rico! |  Foto: Reprodução / IA / Gemini

Rico, diverso e memorável. O cinema brasileiro é digno de muitos elogios e vem cada vez mais sendo reconhecido por seu povo. Para celebrar algo tão importante, apenas uma data comemorativa não foi o suficiente. O Dia do Cinema Brasileiro é celebrado duas vezes ao ano, sendo uma delas em 19 de junho e a outra ontem, no dia 5 de novembro.

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A escolha da primeira data aconteceu por conta do registro das primeiras imagens em movimento no Brasil, que ocorreu no dia 19 de junho de 1898. A segunda teria sido selecionada por causa da primeira exibição pública de cinema no Brasil, que teria ocorrido no dia 5 de novembro de 1896. Como ambos os marcos são importantes para a história do cinema nacional, decidiu-se comemorar o Dia do Cinema Brasileiro em ambas as datas.

Aproveitando que o país celebrou a data ontem, e que o cinema nacional segue vivo e em destaque, hoje, o MASSA! destaca a estreia nos cinemas de O Agente Secreto, novo filme nacional, estrelado pelo baiano Wagner Moura, que promete colocar o Brasil na disputa pelo Oscar mais uma vez.

Para entrar na onda da estreia, selecionamos 10 filmes nacionais que todo brasileiro deveria assistir. Fugindo das escolhas óbvias, a lista tem gêneros para agradar a todos os gostos, tendo filmes de faroeste, terror, cinebiografias e muito mais. Confira:

A Meia Noite Levarei Sua Alma (1964)

Aproveitando que o Dia das Bruxas aconteceu há pouco tempo, nada mais justo que começar a lista com um filme de terror. Algumas pessoas podem não saber, mas o Brasil também é um grande produtor de longas voltados para o horror e seu principal representante é, sem dúvidas, o ator e cineasta José Mojica Martins.

Conhecido pelo personagem Zé do Caixão, José Mojica tem uma longa filmografia voltada para o terror. Porém, é impossível falar de Mojica sem citar seu trabalho mais famoso. O longa A Meia Noite Levarei Sua Alma foi responsável por apresentar o personagem mais famoso do ator ao mundo.

A trama acompanha o cruel e misterioso Zé do Caixão, um coveiro de uma pequena cidade no interior que fica obcecado por uma mulher que ele acredita ser a ideal para gerar seu filho. O filme mistura uma atmosfera macabra com uma pitada de identidade brasileira de uma maneira que apenas Mojica conseguiu dominar.

Vidas Secas (1963)

Talvez um dos retratos mais fidedignos de como por muito tempo foi a vida no sertão. Adaptando o livro de mesmo nome do autor Graciliano Ramos, Vidas Secas acompanha uma família que cruza o sertão em busca de meios para sobreviver. Após se encontrar com um dono de gado, o grupo pensa que sua sorte vai mudar, mas logo eles percebem que a miséria não é algo fácil de se disputar naquele local.

Mesmo não sendo tão conhecido pelo grande público, Nelson Pereira dos Santos foi sem dúvidas um dos maiores nomes que o cinema brasileiro já teve em toda a sua história. O cineasta consegue ter um olhar delicado e comovente sobre a realidade das famílias nordestinas.

Apesar disso, o cineasta também não abre mão da brutalidade na hora de representar os desafios daquela realidade. O uso do preto e branco, aliado a uma ótima utilização da iluminação, faz com que Vidas Secas seja uma representação escaldante de como é tentar superar a miséria enquanto tudo parece estar contra você.

Bandido da Luz Vermelha (1968)

Hoje em dia é moda lançarem dezenas de cinebiografias ao ano, principalmente falando de algum artista marcante da música brasileira, entretanto, em 1968 o Brasil recebeu uma cinebiografia de um personagem um tanto quanto diferente.

O longa O Bandido da Luz Vermelha acompanha a vida do criminoso de mesmo nome que ficou famoso no Brasil por sempre agir utilizando uma lanterna da cor vermelha. O modus operandi excêntrico fez com que o personagem logo se tornasse um personagem icônico dentro da história do país.

Porém, o longa do diretor Rogério Sganzerla não é apenas uma cinebiografia como as muitas lançadas hoje em dia. O filme foi um dos maiores marcos do Cinema Marginal, um dos movimentos cinematográficos mais importantes do país e que surgiu durante a ditadura militar. Assim como outras obras do mesmo movimento, O Bandido da Luz Vermelha usa o humor e a experimentação para tecer uma forte crítica à sociedade.

A história do criminoso se torna apenas um pano de fundo para Sganzerla satirizar tudo aquilo que compunha a sociedade da época. A desigualdade social, a imprensa sensacionalista e a própria criminalidade são apenas alguns dos tópicos satirizados pelo diretor nesse que é um de seus filmes mais celebrados.

Oeste Outra Vez (2024)

Saindo um pouco dos filmes antigos, também existe espaço para um cinema mais contemporâneo nessa lista. Apesar de Ainda Estou Aqui ter roubado todos os holofotes, existe outro longa braasileiro do mesmo ano que tem uma qualidade igualmente excelente. O filme Oeste Outra Vez acompanha dois homens que começam uma série de tentativas de homicídio um contra o outro por conta de amarem a mesma mulher.

Assim como todo faroeste que se preze, o principal tema do longa de Erico Rassi é a exploração da masculinidade. O cineasta utiliza a disputa daqueles dois homens para desenrolar uma trama sobre a solidão masculina, a dificuldade de expressar sentimentos por parte dos homens e o impacto do machismo para o mundo ao nosso redor.

A principal marca de Oeste Outra Vez é como, muitas vezes, as coisas são contadas por meio do silêncio. Apenas com algumas poucas palavras, os personagens conseguem expor os sentimentos que carregam consigo e a importância que as mulheres desempenham em suas vidas.

São Paulo Sociedade Anônima (1965)

Apesar de hoje em dia ser comum falar sobre coisas como burnout e o estresse de se viver em uma grande metrópole, nem sempre as coisas foram assim. é por conta disso que São Paulo Sociedade Anônima se destaca como um filme muito à frente de seu tempo.

O longa acompanha a vida de Carlos, um jovem que trabalha como um inspetor em uma fábrica. Após receber uma proposta de parceria, o protagonista acaba crescendo financeiramente. Mesmo com uma esposa que o ama e um emprego que paga bem, o jovem percebe que ainda está muito longe de encontrar a felicidade.

O longa é um excelente estudo de personagem e aborda aquela sensação de nunca estarmos próximos do que realmente queremos. Carlos é um protagonista complexo, que não sabe bem o que falta para preencher seu vazio, e se vê lentamente enlouquecendo enquanto vive em uma metrópole que parece não ligar se ele vive ou morre.

Verdadeiramente atemporal, o filme mostra como muitas vezes tentamos fugir daquilo que nos aflige, mas os problemas sempre acabam nos encontrando de uma forma ou outra.

Terra em Transe (1967)

Seria impossível fazer uma lista como essa sem mencionar o nome de Glauber Rocha. Polêmico, inquieto e cheio de opiniões, o baiano entrou para história como um dos cineastas mais memoráveis do país. Apesar da maioria lembrar de Deus e o Diabo na Terra do Sol quando veem o nome do cineasta, o longa que merece holofotes dessa vez é Terra em Transe.

O filme acompanha Paulo Martins, um jornalista e poeta que vive na fictícia república de Eldorado. Em meio a uma disputa pelo poder do local, o protagonista se vê em dúvida sobre qual seria o líder político ideal para aquele local. Depois de algumas decepções, Paulo começa a entender que, independente do lado político, a desesperança sempre vai reinar em Eldorado.

O filme é uma jornada instigante na mente de Paulo, que em meio a poemas e frustrações, lentamente vai deixando seu ideal de lado. Uma das principais marcas do cinema de Glauber é sua capacidade de se manter atual. Com uma roupagem pessimista, o cineasta aborda o pior lado existente em debates políticos.

Terra Estrangeira (1995)

É fato que hoje em dia Walter Salles é um dos nomes mais famosos do cinema brasileiro, mas um de seus melhores filmes acaba não sendo muito lembrado pelo grande público. O filme Terra Estrangeira acompanha a vida de dois imigrantes brasileiros em Portugal que veem seus destinos entrelaçados após se envolverem em um crime.

Muito antes de Ainda Estou Aqui, Fernanda Torres já estrelava uma brilhante parceria com Salles. A personagem dela é uma mistura de força, mistério e um pouco de tristeza, características que são inerentes a muitos imigrantes. O principal tema da obra é justamente a solidão enfrentada por imigrantes que precisam viver longe de suas terras.

Além de abordar a melancolia vivida por quem precisa fugir de seu país, o longa também é extremamente político. Ambientada durante o governo Collor, a história aborda as consequências psicológicas que o escândalo do confisco da poupança teve na população brasileira.

Em uma época em que o Brasil parece não ter esperanças, muitos enxergam como última oportunidade viajar para uma terra estrangeira.

Jogo de Cena (2007)

Aproveitando que acabamos de falar sobre a Fernanda Torres, nada mais justo que outro filme estrelado pela grande estrela do cinema nacional. Jogo de Cena se destaca como uma das propostas mais experimentais do cinema brasileiro.

O documentário acompanha diversas mulheres anônimas que se voluntariaram para contar suas trajetórias. Ao mesmo tempo, algumas das maiores atrizes do país encenam essas mesmas histórias, em uma grande mistura entre ficção e realidade.

Ao longo dos anos, Eduardo Coutinho se consagrou como um dos principais nomes do cinema documentarista no Brasil e isso não é por acaso. Mesmo se focando em retratar histórias reais, o cineasta consegue explorar um olhar criativo e não convencional sobre aquilo que todos veem em seus cotidianos.

Jogo de Cena é uma celebração não apenas à história de várias mulheres, mas também ao próprio ato de contar histórias. A mistura da ficção com a realidade serve para mostrar ao público que muito do que se assiste é inspirado diretamente na realidade — e, não muito distante, muito daquilo que vivemos é influenciado por aquilo que assistimos.

Alma Corsária (1993)

Revisitar o passado por meio de suas memórias é uma das atitudes mais humanas que existem. É algo natural olhar para o passado, mas quando isso é feito ao lado de um amigo, pode ser uma experiência ainda mais poderosa.

O filme Alma Corsária acompanha dois amigos poetas que estão lançando um livro juntos. Aproveitando o momento da festa, ambos decidem relembrar alguns momentos dos 50 anos de amizade que eles compartilham.

O que destaca o longa de Carlos Reichenbach não é apenas a relação que é desenvolvida entre os dois personagens principais, mas a forma como o diretor retrata as transformações do próprio Brasil.

Se você gosta da forma como Kleber Mendonça Filho retrata o Recife do passado em seus filmes, vai amar a maneira como Reichenbach representa São Paulo. A cidade se transforma em um verdadeiro personagem nos longas do diretor e Alma Corsária se consagra como uma grande homenagem a essa metrópole tão instigante.

Matou a Família e Foi ao Cinema (1969)

Para finalizar a lista, um filme que utiliza a sanguinolência como uma metáfora ao amor e uma crítica ao absurdo. O longa Matou a Família e Foi ao Cinema reúne uma série de episódios de personagens diferentes que acabam assassinando seus entes queridos. A obra também se consagra como uma grande satira ao período da ditadura militar, que é quando as histórias se desenrolam.

Apesar da proposta parecer absurda a primeiro momento, o filme utiliza da violência para satirizar a ordem que era pregada no período da ditadura. Personagens que são considerados por pessoas “de bem”, revelam suas verdadeiras faces dentro de quatro paredes, colocando para fora o instinto assassino que disfarçam com a máscara do romantismo.

Apesar de apresentar uma seriedade na forma como tudo é conduzido, o diretor Júlio Bressane desenvolve um filme com alto teor satírico. Matou a Família e Foi ao Cinema é violento, memorável e com certeza uma ótima forma de encerrar essa lista.

Prè-estreia de O Agente Secreto em Salvador

O cinema nacional atualmente vive um de seus maiores momentos e a noite terça-feira (4) foi uma prova disso. O Cine Glauber Rocha recebeu a pré-estreia do longa O Agente Secreto, que chega a todos os cinemas do Brasil hoje (6). No tapete vermelho estava presente a equipe do filme, incluindo o diretor Kleber Mendonça Filho e o baiano Wagner Moura, que vive o protagonista da história.

A noite foi de festa e os baianos lotaram as quatro salas em que o longa estava sendo exibido. O ápice da noite foi quando Wagner Moura dançou ao lado do cantor O Kannalha, que fez todo mundo sair do chão ao som do hit ‘O Baiano Tem o Molho’, música que acabou sendo associada a Wagner Moura pelo público da web.

O filme acompanha a história de um professor de universidade que precisa fugir por conta de falsas acusações durante o período da ditadura. Obstinado a encontrar seu filho, o protagonista volta a sua terra natal mesmo estando jurado de morte.

Vem Oscar aí?

Com uma forte campanha para ser indicado ao Oscar, o filme é uma das provas que o cinema rasileiro está em uma grande época para todos os cineastas. “Eu avalio o momento do cinema nacional como muito positivo. Acho que o cinema da Bahia caminha junto com o cinema do Brasil — e ambos caminham junto com a democracia do Brasil. O fato é que a gente reconquistou uma situação de mais democracia, e democracia implica em cultura”, disse Wagner Moura em entrevista ao Cineinsite A Tarde.

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