Continuando nossa série Donas do Pagodão, que aborda a importância feminina dentro do pagode, a edição de hoje é em dose dupla. As cantoras Beatriz Cavalcante e Natalya Nery são as responsáveis pelo ‘back dance’ na banda Oh Polêmico
O papel de back dance, inclusive, tem ganhado destaque nas bandas, mas sempre foi associado a apenas frases de efeito dentro das músicas. Bia defende que a profissão não se resume a isso e que recentemente a função vem ganhando mais destaque. “Hoje em dia as back vocals estão evoluindo bastante, não estão mais limitadas a falarem palavras curtas”, pontua. “Como ela disse, não se limita apenas a gritar e gemer. Agora somos como cantoras mesmo”, reforça Nat.
As amigas se conheceram pela internet e nunca imaginaram que algum dia poderiam trabalhar uma com a outra. Bia relembra um episódio em que ambas se encontraram numa festa e conversaram sobre como gostariam de participar da mesma banda. Agora juntas, elas têm funções bem definidas - e de destaque - na banda do Polêmico. “Ela (Nat) era dançarina e entrou no cargo de cantora recentemente. No último CD que gravamos, ela participa em duas músicas. Nos shows, apenas eu faço back”, conta Bia, que exerce a função há 6 meses.
Está sendo uma experiência única. Eu aprendo muito com Bia e com outras que eu acho referência
Natalya Nery
Antes de participarem do grupo atual, as parceiras já trabalharam com o cantor Hiago Danadinho, porém, em momentos diferentes. Apesar da coincidência, elas possuem histórias bem diferentes. Nat iniciou sua carreira no balé, praticando a dança na Ebateca, a primeira escola de balé clássico do Nordeste. “Comecei no balé com 11 anos e parei com 16, por causa da minha gravidez”. Ela também afirma que com o tempo seus gostos mudaram. “Gosto do pagodão. Sou baiana raiz, sou favela”, salienta Natalya.
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Já Beatriz nasceu no interior de Irará, na Bahia. “As pessoas já nascem escutando essas músicas. No interior toca isso o tempo todo, a gente acaba criando uma admiração. É surreal o que você sente”. Contudo, ela admitiu que o início de sua carreira foi complicado, chegando a implorar para entrar em alguma banda. “Eu me humilhava mesmo”, enfatiza. Depois que entrou na academia, conseguiu sua primeira oportunidade na área musical. “Comecei a me cuidar mais. Percebi que não me queriam por causa da minha aparência”, realça.
As cantoras se queixaram ainda sobre a falta de união dentro do cenário do pagodão. “É normal ter desentendimentos com a parceira, eu já tive alguns com Bia, mas é necessário sempre procurar fazer as pazes. A união faz a força”, enfatizou Nery. “Eu acho que parou mais. Atualmente, eu acredito que amenizou porque vejo muitas gravando vídeo juntas, fazendo parcerias, trabalhando juntas para uma crescer com a outra”, revela sua parceira.
Futuro projeto juntas?
Quando foram perguntadas se pretendem realizar algum futuro projeto juntas, as artistas admitiram não terem planejado nada do tipo. “Nunca passou pela minha cabeça”, diz Bia. Apesar disso, elas não descartaram totalmente a ideia. “Se acontecer de futuramente não houver mais a oportunidade de participar da banda, a gente se junta para fazer alguma coisa”, esclareceu Nat. “Bora minha parceira, você na voz e eu na dança”, brincou com sua colega. “Nunca vou dizer nunca né”, respondeu Bia.
*Sob a supervisão do editor Jefferson Domingos