Lyu Arisson, interprete da personagem trans Yolanda em 'Ó Paí, Ó', revelou que ativistas da causa transexual de São Paulo afirmaram para ele não poderia desempenhar o papel de uma mulher trans no filme por ser um homem gay.
Em entrevista a coluna Sabendo Com Vini, do Portal MASSA!, Lyu Arisson contou que compreende a luta, destacou que quando deu vida à personagem pouco se falava sobre essa questão e revelou ser do gênero não-binário. "Yolanda, que construí no audiovisual, foi criada pelo ator Sérgio Braga, que fez parte do Bando de Teatro Olodum e hoje encontra-se no plano espiritual. Dei continuidade na parte do audiovisual com maior maestria e cuidado", iniciou Lyu Arisson.
Em seguida, Lyu pontuou que houve discussões sobre o papel que ela desempenhava no audiovisual por estar dando vida a uma mulher trans. "Foi um assunto bem levantando discussões através das atividades trans em São Paulo, de que um homem gay não pode desempenhar o papel de uma mulher trans. Concordo plenamente, pois a luta é totalmente legítima, mas eu não sou trans, sou não-binário", explicou.
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Por fim, Lyu Arisson fez um apelo aos produtores audiovisuais para darem espaço para artistas trans. "Quero deixar registrado que as mulheres trans realmente precisam ter seu espaço no audiovisual, merecidamente, porque temos atrizes maravilhosas. Peço a todos os diretores e produtores que nos próximos filmes com personagens travestis e trans, realizem a edição com mulheres trans, pois elas merecem para evitar trans fake (quando alguém que não é trans interpreta um personagem trans)", finalizou.