Os cantores Márcio Moreno e Nara Costa, ambos ex-fenômenos do arrocha que fizeram a transição para a música gospel após suas conversões, expuseram os bastidores dos grandes eventos evangélicos na Bahia.
Enquanto Nara Costa busca respostas para a constante repetição dos mesmos nomes nas programações e lamenta sua exclusão, o "O Rei do Arrocha" aponta supostos interesses políticos e financeiros envolvendo produtoras como os fatores que ditam as regras e controlam o jogo da música gospel local.
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“É inegável que grandes eventos gospel na Bahia também se tornam palcos de interesse político, financeiro e de permuta com outros estados. Reunir dezenas de milhares de pessoas, desperta naturalmente atenção de gestores, autoridades e candidatos que enxergam ali uma oportunidade de visibilidade. Muitas vezes há apoio institucional. No entanto, a essência do evento não é política, mas espiritual e cultural. A maioria das pessoas participa para adorar, ouvir música de fé, celebrar sua crença e se fortalecer”, declarou Márcio Moreno à coluna Sabendo Com Vini, do Portal MASSA!.
Já Nara Costa confessou que busca entender o motivo de os mesmos artistas se repetirem nos palcos, e lamentou não estar sendo incluída nas grades dos grandes eventos gospel da Bahia.
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“Eu também gostaria de saber (risos). Acho que as produtoras que fazem esses eventos têm suas grades de atrações montadas e, por esse motivo, talvez não abram oportunidades para outros participarem. No meu caso, sinceramente, não sei explicar por que não sou inserida nas programações. Espero poder ter essa oportunidade em breve”, declarou a cantora.
Produtoras mandam e desmandam no gospel baiano
Ao comentar sobre a repetição de nomes nas programações desses festivais, Márcio apontou que isso está ligado à falta de estrutura de artistas regionais e ao domínio de grandes produtoras no segmento gospel.
“Grandes selos e escritórios controlam carreiras e negociam turnês e permutas, o que facilita repetir nomes em diferentes eventos”, revelou o artista.
Questionado sobre o motivo de não aparecer com frequência nas grades desses grandes eventos, o cantor afirmou que ainda enfrenta certa resistência por ter sido um grande artista do arrocha. “Apesar do meu nome ter se consolidado no cenário secular, parte dos organizadores pode enxergar minha caminhada no gospel como uma transição em construção, mesmo eu já cantando há 15 anos. As grades às vezes privilegiam artistas que já têm relacionamento direto com organizadores, produtoras, igrejas ou lideranças políticas”, afirmou.
Expectativa por oportunidades nos festivais
Confiante em conquistar seu espaço nos grandes eventos, a cantora Nara Costa demonstrou esperança de subir ao palco de um festival gospel. “Creio que esse dia vai chegar para, juntos, adorarmos ao Senhor em algum desses eventos. Estou sempre aberta ao diálogo. Deixo aqui também registrada minha gratidão e admiração a todos que, de uma forma ou de outra estão levando os eventos cristãos evangélicos a todos os lugares do nosso estado. Parabéns! Quer queira, quer não, é a Palavra sendo propagada. Deus os abençoe”, acrescentou.
Apesar dos desafios enfrentados na carreira gospel na Bahia, Márcio Moreno mantém sua fé e confiança no propósito divino. “Nem sempre tem a ver apenas com talento ou relevância. Porém, eu creio em um Deus que tudo pode, e no tempo certo, como está escrito em Eclesiastes 3, tudo vai acontecer naturalmente. Pois quando Ele quer, não há porta fechada que segure um adorador, não há produtora que trave aquele que Deus levantou”, completou.
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