
O blogueiro Wellington Mattos, figura conhecida em Feira de Santana por expor polêmicas do meio evangélico, foi preso em flagrante depois de trocar tiros com policiais civis na terça-feira (24), no bairro Feira X. O influenciador soma mais de 24 mil seguidores no Instagram e 150 mil inscritos no YouTube, onde costuma publicar vídeos com denúncias e relatos envolvendo pastores e líderes religiosos.
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Antes da prisão, Wellington usou os seus perfis para falar de um suposto golpe que teria sofrido, acusando dois homens identificados pelos prenomes de Allan e William. Em uma publicação no Instagram, ele relatou que teria perdido dinheiro após confiar nos dois, que se apresentavam como pessoas próximas ao meio evangélico.
"Esse Allan alega, se gaba que é filho de um policial. Eles me deram um golpe de um cartão de crédito, eles trabalham com isso, o Alain ele trabalha com coisa de cartão, eu fui na casa dele no Tomba, ele tem vários cartões, várias maquininhas, e o William, a princípio, era um pregador evangélico, não deu golpe só em mim, mas em outros pastores também, confiávamos nele, eu confiei nele, ele me procurou na época, minha mulher estava grávida”, detalhou.
O influenciador contou ainda que teria sido induzido a acreditar em um esquema bancário que prometia facilidades e crédito alto, mas caiu em um ‘rolo’ que lhe custou quase R$ 20 mil.
"O Alan disse que tinha uma amizade com um gerente do banco, que foi demitido por falcatrua. [...] Pediu para fazer um depósito de 200 reais na conta. Ativou, disse que o cartão ia chegar com um limite de 20 mil. Quando o cartão chegou, o limite era de 48.”, relatou.
O Alan e o William, gananciosos seguram meu cartão, dizendo que se eles não tirassem logo tudo, o banco iria bloquear. [...] Eu não sabia que era mentira, os caras pegam meu cartão e me rapou 19 mil
Wellington Mattos
Além do prejuízo, Wellington afirmou que passou a receber ameaças dos dois homens. Ele disse que foi intimidado por Allan e não poupou xingamentos a William em uma das publicações. Segundo o ‘blog’, até amigos chegaram a alertá-lo de que ele poderia ser alvo de armações. Para ele, isso teria ligação direta com os acusados.
"Aí agora, eu cobrando ele, ameaçando de denúncia, né? Fiz algumas publicações. William me ligou hoje, um colega falou: 'tome cuidado que a polícia civil vai entrar na sua casa, tem alguns prints e vão forjar pra você'. Eu lembrei de quem? Do safado, do Allan, que diz que o pai dele é policial", contou.
Se ligue no relato:
Esquema explanado
Na própria terça, horas antes do confronto com a polícia, Wellington voltou aos stories para detalhar o que chamou de “esquema de estelionato”. Ele garantiu que iria expor todos os envolvidos:
Agora que estou em local seguro, vou explicar como funciona o esquema de estelionato [...] Já que não vão me pegar, vai cair todo mundo
Wellington Mattos
De acordo com o blogueiro, Allan seria o chefe da operação. “É o líder do esquema. Responsável por passar os cartões na maquininha, usar nomes de terceiros e contas para receber o valor tirado do cartão. Assim que cai, o laranja tira tudo. Depois eles fazem estornar como se fosse um erro. E o banco fica com o prejuízo e a conta do laranja bloqueada?”, explicou.

Já William, segundo ele, teria a função de atrair as vítimas: "Esse é responsável por buscar as 'vítimas'. É o lobo disfarçado de ovelha, engana qualquer pessoa em nome de Deus pra ganhar seus 20%! Tem contato direto com gerentes de bancos que ganham sua % pra facilitar no sistema o roubo”.

Prisão
A confusão terminou em confronto. Durante a abordagem, Wellington desceu para o térreo da casa e, segundo a Polícia Civil, tentou se proteger usando a esposa e o filho de quatro meses como escudo. Após negociação, a arma dele - uma pistola calibre .380 - foi entregue pela companheira, que jogou o objeto pela grade.

Na residência, os investigadores também encontraram pés de maconha, estojos de munição deflagrados e uma balaclava. O material passou pela perícia do Departamento de Polícia Técnica (DPT). No fim, o 'blog' acabou autuado por tentativa de homicídio, tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo de uso restrito.