Já imaginou ter aquele crush que você adora, namorar ou até mesmo casar, mas sem dividir o mesmo teto? Essa ideia está ganhando cada vez mais força por aí. O termo em inglês Living Apart Together, ou “vivendo juntos, mas em casas separadas”, define esse tipo de relacionamento que está bombando na gringa; e essa tendência, que parece moderníssima, já vem atraindo casais no Brasil também.
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Mas como funciona? Basicamente, os casais mantêm o relacionamento de forma séria, só que sem morarem juntos. Cada um tem seu espaço, sua rotina e sua casa, mesmo mantendo o status de casados, por exemplo – e parece que, para muita gente, essa distância pode fazer muito bem para a relação. Mas será que é só vantagem? A sexóloga Claudia Petry, membro da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (SBRASH), elenca os pontos positivos e negativos dessa ideia.
Quais são os pontos positivos?
Segundo a sexóloga Claudia Petry, uma das grandes vantagens de viver este modelo de relacionamento é a possibilidade de preservar o espaço pessoal e usufruir de mais tempo para se dedicar a interesses individuais, como hobbies, cursos ou encontros com amigos. Outro ponto seria a redução dos conflitos cotidianos. Morar em casas separadas ajuda a evitar as brigas comuns da convivência diária, que muitas vezes se tornam exageradas e desnecessárias.
A convivência diária pode desgastar facilmente um relacionamento, seja pela divisão de responsabilidades, como tarefas domésticas, ou por pequenos hábitos que, com o tempo, podem minar a conexão entre o casal.
Claudia Petry, sexóloga
Não menos importante, esse modelo também permite um outro fator interessante: autonomia financeira. Claudia pontua que viver em casas separadas permite que cada um gerencie suas próprias despesas com mais controle, enquanto ainda é possível manter um fundo comum para os gastos compartilhados, se necessário. Esses fatores, somados, no entanto, não podem tirar o tesão da relação, alerta a sexóloga. "Cuidado para que sua relação não vire um compromisso que você precisa encaixar na agenda. Assim como é importante ter tempo para si, é fundamental garantir momentos de qualidade entre o casal".
Quais são os pontos negativos?
Os perigos de tornar o relacionamento um comprimisso na agenda é real, mas há outras coisas a serem colocadas nesta balança, como a distância emocional de viverem separados. Viver em casas separadas pode significar menos tempo juntos, o que pode acabar enfraquecendo a relação. "A falta do convívio diário não representa apenas uma distância física, mas também emocional, o que pode dificultar a construção de memórias e experiências", explica a sexóloga.
Outro ponto delicado é a intimidade comprometida: imagina deixar de dormir juntos, tomar aquele café da manhã todos os dias, construir uma rotina... isso, para Claudia, pode ser um problema.
Não é apenas sobre sexo, mas sobre confiança, estabilidade e o senso de segurança que compartilhamos no universo íntimo do outro. Mesmo que não vivam sob o mesmo teto, é importante que o casal tenha esses momentos de vez em quando para reforçar o vínculo e o sentimento de proximidade.
Claudia Petry, sexóloga
Por último, um desafio comum a qualquer modelo de relacionamento: pressão social. Nesse caso, as pessoas questionarão os seus motivos, darão pitacos e, talvez, vocês sintam a necessidade de se justificar. Mas não é necessário! "Simplesmente diga que a dinâmica da relação funciona e que vocês são felizes dessa maneira. O importante é que cada um encontre o arranjo que traga felicidade e bem-estar, independentemente da opinião alheia", finaliza a sexóloga.