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Sinal de alerta - 20/12/2025, 08:00 - Rebeca Nascimento

Transtornos mentais dão uma 'baqueada' no prazer; saiba o que fazer

Ansiedade e depressão afetam a forma como as pessoas reagem ao próprio corpo

Ansiedade e depressão devem ser tratadas de forma séria
Ansiedade e depressão devem ser tratadas de forma séria |  Foto: Ilustratativa/Reprodução/Freepik

Não é incomum encontrar pessoas que sofram com alguma condição que afete a saúde mental. De acordo com a Agência Brasil, em 2014, quase 203 mil brasileiros foram afastados do trabalho em razão de episódios depressivos, transtornos de ansiedade, reações a estresse grave e outras questões relacionadas à saúde mental. Já em 2024, 10 anos depois, os números mais que duplicaram, passando para mais de 440 mil afastamentos em razão de transtornos mentais e comportamentais.

Mas não é só no trabalho que os transtornos costumam interferir, a vida sexual também pode ser afetada, como explica a psicóloga Rute Macedo. "Tanto a depressão quanto a ansiedade mexem com a forma como a pessoa sente, pensa e reage ao próprio corpo. Fazendo uma relação direta com o assunto em questão, a depressão costuma diminuir a energia, o interesse e o prazer em geral, inclusive o sexual. Já a ansiedade deixa a mente em alerta o tempo todo, o que dificulta relaxar e se envolver no momento íntimo".

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Psicóloga Rute explica como os transtornos afetam a vida sexual
Psicóloga Rute explica como os transtornos afetam a vida sexual | Foto: Arquivo Pessoal

A psicóloga também relatou que a perda de libido é comum em pessoas que estão com a mente sobrecarregada por tristeza, medo ou preocupações. Além disso, pensamentos negativos sobre si mesmo, culpa ou baixa autoestima também influenciam diretamente a vontade de ter relações sexuais.

"Na depressão, a perda de libido está associada à diminuição do prazer, à baixa autoestima e ao cansaço emocional. Já na ansiedade, o excesso de preocupação e antecipação de problemas faz com que a mente esteja “ocupada demais” para se conectar com o momento presente, o que reduz o desejo e a excitação", destacou Rute.

A perda do prazer é comum em quem tem depressão e ansiedade
A perda do prazer é comum em quem tem depressão e ansiedade | Foto: Ilustratativa/Reprodução/Freepik

Culpa

Muita gente acaba se sentindo culpada pela falta de prazer ou interesse sexual e isso acaba gerando mais uma sobrecarga, o que pode piorar a situação. "Muitas pessoas sentem que “precisam” manter relações para não frustrar o parceiro(a), o que gera culpa e desconforto. Isso pode levar a relações sexuais desconectadas do próprio desejo, o que tende a aumentar o sofrimento emocional. E com o tempo, isso pode aumentar o afastamento emocional e tornar o sexo uma obrigação, e não uma experiência de troca e prazer", ressaltou a profissional.

Ainda segundo a psicóloga, o correto é ter uma conversa franca com o companheiro ou companheira sobre o que está sentindo. "Uma conversa aberta e sincera é fundamental", cravou.

Aspas

Falar sobre o que está acontecendo ajuda a reduzir interpretações equivocadas, fortalece a parceria e fica mais fácil enfrentar o problema juntos, sem cobranças ou julgamentos.

Rute Macedo

"Na depressão, a perda de libido está associada à diminuição do prazer, à baixa autoestima e ao cansaço emocional. Já na ansiedade, o excesso de preocupação e antecipação de problemas faz com que a mente esteja 'ocupada demais' para se conectar com o momento presente, o que reduz o desejo e a excitação", explica.

Medicação

Rute esclareceu que medicações como antidepressivos e ansiolíticos podem dar uma 'baqueada' no prazer, portanto o acompanhamento com o médico deve ser constante.

"Algumas medicações podem interferir não só na libido, como também na excitação ou até mesmo no orgasmo. Por isso, é importante conversar com o médico caso perceba mudanças na resposta sexual (para avaliar ajustes de dose, troca de medicação, por exemplo) e também com o psicólogo para ajudar a lidar com os pensamentos e emoções envolvidas nesse processo, e assim minimizar esses efeitos.

Tratamento

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza tratamento gratuito para quem tem depressão ou ansiedade e começa na Unidade Básica de Saúde (UBS) com clínico geral. Ele pode encaminhar para um psicólogo ou psiquiatra nos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) para terapias e medicação, com acesso gratuito pela Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e medicamentos essenciais.

Vale destacar que em caso de risco contra a própria vida pode-se acionar o CVV (188), que oferece apoio 24h.

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