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Saúde íntima - 25/01/2025, 08:05 - Amanda Souza

Sensação estranha na 'ppk': entenda o que é o vaginismo

Condição afeta a saúde sexual, mental e até reprodutiva de muitas mulheres

Muitas mulheres têm vergonha de falar sobre esse assunto
Muitas mulheres têm vergonha de falar sobre esse assunto |  Foto: Reprodução / Shutterstock

Em meio às muitas discussões sobre saúde feminina, há condições que, embora impactem profundamente a vida de inúmeras mulheres, ainda permanecem envoltas em silêncio e de um injusto sentimento de vergonha.

Uma dessas condições é o vaginismo, um transtorno que afeta a intimidade e, muitas vezes, a autoestima feminina. O vaginismo se manifesta por espasmos involuntários no canal vaginal que podem dificultar ou até impossibilitar a relação sexual e outros procedimentos ginecológicos. Mais do que um problema físico, essa condição carrega implicações emocionais e sociais que vão além do consultório médico

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De acordo com a ginecologista Isa Rocha, o vaginismo está frequentemente relacionado a fatores psicológicos, como medo da dor, experiências traumáticas anteriores, ansiedade, influências culturais ou religiosas, além de condições físicas, como infecções ginecológicas. Ela destaca que muitas mulheres sofrem em silêncio devido à vergonha ou à crença de que a situação é "normal".

Isa Rocha é médica ginecologista especialista em reprodução humana
Isa Rocha é médica ginecologista especialista em reprodução humana | Foto: Arquivo pessoal

Identificar o vaginismo nem sempre é simples. Muitas mulheres demoram a reconhecer que sua experiência não é algo com o qual precisam conviver, mas sim uma condição tratável.

Aspas

Não é raro a gente ver pacientes com muita dificuldade nos seus relacionamentos porque a relação sexual não vai bem. É importante a pessoa se conhecer, ir buscar o seu médico, falar, conversar a respeito das suas queixas, pois a gente pode, sim, ajudar.

Isa Rocha

O processo diagnóstico começa com uma conversa franca e acolhedora entre a paciente e o médico. Durante a anamnese, relatos de dor ou desconforto em tentativas de penetração — seja durante a relação sexual ou exames ginecológicos — são sinais importantes. O exame clínico também pode evidenciar a contração involuntária do canal vaginal.

O tratamento é multidisciplinar e requer o envolvimento ativo da paciente. Terapias como a fisioterapia pélvica e o uso de dilatadores vaginais desempenham um papel crucial.

“A introdução progressiva de dilatadores, realizada pela própria paciente, ajuda a reduzir os espasmos involuntários e a familiarizá-la com a ideia de uma penetração peniana,” explica Isa. A terapia cognitivo-comportamental também pode ser indicada, auxiliando na identificação e enfrentamento de medos e traumas.

Implicações que o vaginismo traz

Embora o vaginismo não seja considerado uma causa direta de infertilidade, ele pode dificultar o planejamento familiar. A ginecologista Isa Rocha explica que a condição, ao dificultar ou impedir a relação sexual, interfere nas chances naturais de concepção.

“A incidência é relativamente baixa entre os casais inférteis, acometendo cerca de 1,4% das mulheres que buscam a gestação. Então, não é uma infertilidade propriamente dita, mas está, sim, relacionada a dificuldades reprodutivas”. Isa relata casos em que casais buscaram tratamentos de reprodução assistida para engravidar porque não conseguiam ter relações sexuais devido ao vaginismo.

Importância de um relacionamento consolidado

O apoio do parceiro ou da parceira é fundamental no enfrentamento do vaginismo, tanto para o sucesso do tratamento quanto para a preservação da relação. A ginecologista reforça que a compreensão e a paciência do companheiro desempenham um papel crucial.

“Como ela [a mulher] vai ter medo de iniciar a relação sexual, ela pode começar a evitar o companheiro com receio de ter esse quadro de dor”. Isa alerta que a insistência do parceiro em relações sem considerar o quadro pode piorar a situação, agravando os espasmos e aumentando o distanciamento emocional. O diálogo aberto e a participação ativa no processo de tratamento será fundamental.

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