Na era das redes sociais e dos aplicativos de relacionamento, parece que as pessoas desprenderam a paquerar na vida real. Homens e mulheres, por vezes, não sabem como chegar no crush e podem acabar passando do ponto.
Para Clarissa Hirs, fundadora da Companhia Feminina Antiassédio Flor de Cacto, paquerar pode (e deve) ser um momento prazeroso, baseado no respeito e no consentimento.
“Uma paquera saudável acontece quando existe uma reciprocidade de envolvimento e de desejo daquela interação”, explica Clarissa. Segundo ela, os sinais de receptividade são claros: um sorriso, um olhar retribuído ou a permissão para uma aproximação.
Para Clarissa, a falta de compreensão sobre o que é consentimento é um dos maiores desafios na promoção de uma paquera respeitosa. Há uma naturalização de toques não consentidos, como passar a mão ou segurar o braço, mas, mas isso já é configurado como crime pela legislação de importunação sexual.
Tudo o que não for consentido ou não retribuído é uma forma clara de assédio.
Educação
Promover uma paquera saudável é um convite a repensar as formas de interação, valorizando o respeito mútuo e o bem-estar. Para Clarissa, essa conscientização passa por um processo de educação. “A maioria das pessoas não sabe sobre as leis de proteção à mulher, de importunação sexual, lei do assédio... É importante que os órgãos de segurança conscientizem e eduquem a população sobre essas leis”.
É muito importante que as pessoas saibam reconhecer sinais positivos (e especialmente os negativos) na tentativa de se aproximar de alguém, evitando, portanto, situações constrangedoras.