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Grátis - 25/10/2025, 07:25 - Vitória Sacramento*

Vale conferir! Expo Favela reúne atividades e oportunidades na Ribeira

Evento será encerrado neste sábado (25)

Expo Favela é realizada na Fábrica Cultural
Expo Favela é realizada na Fábrica Cultural |  Foto: Shirley Stolze/ Ag. A TARDE

A 3ª edição da Expo Favela Innovation Bahia começou nesta sexta-feira (24) com intensas atividades na Fábrica Cultural, na Ribeira, em Salvador. Realizado pela Favela Holding, CUFA Bahia, Projeto Resgaty e com curadoria da Escola de Negócios da Favela, o evento reunie centenas de empreendedores, investidores, artistas e lideranças comunitárias com o objetivo de fortalecer e dar visibilidade à favela que empreende.

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Com entrada gratuita, o evento, que ainda rola neste sábado (25), conta com espaços interativos e culturais como o Paredão Cultural, o Camelódromo, a Fli Favela, o Ô Favela Cast e o palco principal, onde ocorrem as conferências. Entre os participantes, nomes como a sambadeira Acotirene Lopes, a escritora Bia Barreto, a jornalista Isa Lorena, o rapper Mr. Armeng, a apresentadora Val Benvindo e o humorista Sulivan Bispo, além de representantes de empresas e órgãos públicos marcam presença durante a programação.

Segundo Márcio Lima, vice-presidente da CUFA Brasil e presidente estadual da CUFA Bahia, o evento se tornou uma vitrine para o empreendedorismo periférico. “A Expo Favela é um espaço que elimina burocracias e conecta empreendedores de favela a grandes investidores. A gente acompanha essas pessoas desde a inscrição até a etapa final, dando visibilidade e oportunidade para que suas ideias ganhem o mundo”, destacou.

Nesta edição, 50 empreendedores participaram da rodada de negócios, e cinco deles serão selecionados para representar a Bahia na etapa nacional, que acontece em São Paulo, no dia 28 de novembro. As despesas de viagem, hospedagem e alimentação serão custeadas pela organização.

Fábrica Cultural, Ribeira
Fábrica Cultural, Ribeira | Foto: Shirley Stolze/ Ag. A TARDE

Entre os destaques do evento, estão as trancistas, que ocupam um espaço de destaque com a regulamentação recente da profissão. A coordenadora do grupo, Taiane Carvalho, celebrou o reconhecimento da categoria.

“As trancistas viveram muitos anos na invisibilidade. Estar na Expo Favela é ocupar um lugar de direito. Ainda falta mais atenção à regulamentação, com cursos e orientação sobre precificação, mas é um passo importante”, afirmou.

A Expo também apresenta iniciativas sociais e sustentáveis, como a moeda social “Merreca”, que estimula a economia circular nas comunidades. Cada "merreca", que normalmente vale 11 centavos, foi valorizada para 50 centavos dentro do evento, ajudando empreendedoras a alavancarem seus negócios.

Os povos originários também marcam presença na expo. Jurema Caimé, de 37 anos, magé do território indígena Tupinambá de Itapuã, em Salvador, levou para o evento produtos feitos por mulheres da aldeia, como colares, cocares, roupas com grafismos indígenas e itens de aromaterapia.

Imagem ilustrativa da imagem Vale conferir! Expo Favela reúne atividades e oportunidades na Ribeira
Foto: Shirley Stolze/ Ag. A TARDE

“A gente trouxe um pouquinho da nossa aldeia, nossos artesanatos, pinturas, bolsas e colares, tudo feito à mão. É importante mostrar para a sociedade que o indígena é indígena o ano inteiro, não só no Abril Indígena. Não somos seres folclóricos, somos seres humanos com direitos e obrigações. Saímos do território para mostrar nossa arte, nossa força e dizer que a gente continua. O indígena não parou lá em 1500, a gente vem evoluindo com o tempo”, afirmou.

Para Márcio Lima, o impacto da feira já ultrapassou fronteiras. “Hoje a Expo Favela Bahia é referência. Já levamos empreendedores para Portugal e França. Mostramos que a favela é potência de verdade, tem bons cases, boas ideias e gente transformando o país.”

Além de uma feira de negócios, a Expo Favela se consolida como um movimento social que inspira transformação e equidade. A cada edição, o evento mostra que as favelas e comunidades tradicionais não são espaços de carência, mas sim de potência, talento e resistência.

*Sob supervisão do editor Anderson Orrico

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