Ostestes clínicos da vacina brasileira contra a gripe aviária já podem começar. A autorização foi concedida na terça-feira (1º) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Caso os resultados sejam positivos, o país poderá contar com sua primeira vacina voltada à proteção de humanos contra o vírus.
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O imunizante, em desenvolvimento desde janeiro de 2023, é baseado na mesma tecnologia das vacinas tradicionais contra a gripe e utiliza cepas fornecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os testes em animais foram concluídos com sucesso, o que abriu caminho para a nova fase de estudos em voluntários.
De acordo com o Hospital Israelita Albert Einstein, a gripe aviária, que também é chamada de influenza aviária, é causada por subtipos do vírus influenza A. Embora afete principalmente aves, há uma preocupação crescente com o risco de mutações que facilitem a transmissão entre humanos.
A maior ameaça atual é o subtipo H5N1, conhecido por sua alta taxa de letalidade: cerca de 50% entre os casos registrados em seres humanos. Embora a infecção em pessoas ainda seja rara, o risco de uma nova pandemia não é descartado por especialistas.
Para se antecipar a um possível cenário de emergência global, o Instituto Butantan pretende criar um estoque estratégico de vacinas com três cepas do vírus: Influenza aviária A/Anhui/1/2005 (H5N1); Influenza aviária A/Astrakhan/3212/2020 (H5N8); Influenza aviária A/duck/Vietnam/NCVD-1584/2012 (H5N1).
A preocupação também tem impacto econômico. Como maior exportador de carne de frango do mundo, o Brasil enfrentou restrições de mercado após a notificação de um caso da doença em aves silvestres no Rio Grande do Sul. Ao todo, 16 países chegaram a impor barreiras temporárias às exportações brasileiras. Hoje, apenas o Japão mantém restrições para os municípios de Montenegro (RS), Campinápolis (MT) e Santo Antônio da Barra (GO).
A iniciativa visa não apenas proteger a população, mas também reforçar a capacidade do país de reagir a emergências sanitárias, aproveitando a experiência adquirida durante a pandemia de Covid-19.
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