Salvador deve ser uma das cidades-modelo do novo programa a ser lançado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a ocupação habitacional de prédios abandonados nos centros históricos do país. A ideia foi revelada ao Portal A TARDE nesta quarta-feira, 10, por Leandro Grass (PV), presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Grass discutiu o tema nesta manhã junto ao prefeito de Salvador, Bruno Reis (União); o secretário municipal da Cultura, Pedro Tourinho; e a ministra da Cultura, Margareth Menezes. Segundo ele, a ocupação habitacional é o principal projeto federal para a recuperação de centros históricos no Brasil.
“A estratégia da habitação popular é a mais importante de todas nessa nossa nova ação, nesse novo programa. É justamente com a presença das pessoas que já são da comunidade, que têm relação com o território, que a gente vai conseguir trazer vida para esses espaços”, disse o presidente do Iphan.
“Isso está sendo construído com o Ministério das Cidades, com a Casa Civil e o Ministério da Cultura, para a gente ter um programa de restauração e conservação de centros históricos, mas sempre com foco no ser humano, com foco na pessoa e na garantia de outros direitos do cidadão, não só a cultura”, complementou Grass.
De acordo com ele, a prefeitura de Salvador já selecionou espaços que são capazes de abrigar essas novas moradias no Centro Histórico de Salvador, mais precisamente no Pelourinho.
“Assim que o programa for anunciado, a gente vai ter Salvador como uma das cidades-referência. A gente quer que Salvador seja um ‘case’ desse modelo, junto com Recife e Manaus. Essas capitais do Norte-Nordeste devem ser os grandes exemplos dessas ações que a gente quer realizar”, afirmou Grass.
A ocupação dessa área da cidade é uma antiga cobrança dos especialistas em urbanismo, que reclamam que o afastamento de moradores aumenta inclusive a criminalidade no local.