A batalha de ‘gigantes’ envolvendo o transporte público de Salvador está com os dias contados. De um lado, existe a possibilidade real da greve dos rodoviários, de outro, a tentativa de decretar a parceria para evitar o que pode ser o caos nas ruas da capital baiana a partir desta quinta-feira (25). Uma das sete reuniões envolvendo o Sindicato dos Rodoviários e o empresariado dos ônibus ocorreu nesta segunda-feira (22), mas nada ficou garantido.
Mediado pela Superintendência Regional do Trabalho (SRT-BA), o encontro aconteceu no bairro do Comércio. Porém, assim como nos outros dias, o martelo não foi batido, já que uma nova reunião ficou agendada para esta terça-feira (23).
De garantia, o que se tem até o momento, é que a entidade sindical mantém a greve por tempo indeterminado, caso as negociações permaneçam na ‘estaca zero’.
“Saímos da sétima rodada hoje [segunda-feira]. As propostas têm sido discrepantes, é uma falta de respeito com a categoria. Sem querer ser pessimista, não estou vendo medida, mas passamos por todas as rodadas sem nenhuma proposta”, lamenta Fábio Primo, presidente da classe dos rodoviários da Bahia, em entrevista ao Portal MASSA!.
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Em contrapartida à insatisfação do sindicato, o empresariado fez uma proposta para rodar com 30% da frota. A condição dos rodoviários, no entanto, é que todos os veículos tenham catraca livre.
“A superintendente passou essa contraproposta dos empresários. O judiciário, que deve ter acompanhado através das atas, está vendo que tentamos de todos os jeitos”, explica.
Cobradores na berlinda
Uma das intervenções negativas que poderiam acarretar no diálogo turbulento entre Prefeitura de Salvador e o Sindicato dos Rodoviários da Bahia envolve a demissão dos cobradores. Com média de 5 mil trabalhadores, a extinção desses profissionais foi suspensa no primeiro momento pelo sindicato patronal.
“Os empresários tiraram de pauta essa questão da despedida dos cobradores”, crava Fábio Primo, em entrevista ao Portal MASSA!.
Em coletiva de imprensa, realizada nesta segunda-feira (22), durante o lançamento do São João, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) mencionou que fará uma reunião com a categoria para evitar a crise instaurada.
"Há um dissenso entre as propostas de um e de outro, e espero que possam ceder. Eles precisam entender a gravidade e a dificuldade que vive o transporte público no Brasil. Espero que possam chegar a um acordo que evite a greve", dispara o gestor.
A reportagem buscou contato com a Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob) para saber o atual posicionamento do órgão sobre uma possível alternativa à população baiana. O departamento mencionou que um plano de contingência está em elaboração.
"Caso seja confirmada a greve, a Semob entrará com um plano de contingência para atender os usuários e tentar minimizar os impactos da paralisação. Entretanto esse plano ainda está sendo preparado pela equipe e será divulgado caso realmente seja confirmada a paralisação", decreta o departamento da gestão municipal.
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