Mais uma semana se inicia em Salvador com a ameaça de greve dos rodoviários pairando no horizonte. A categoria já entregou o ofício de greve e tudo indica que pode parar as atividades às 0h de quinta-feira, 25. Agora, a Secretaria de Mobilidade (Semob) corre contra o tempo para evitar a suspensão do transporte público na capital.
"A prefeitura já vem a algum tempo tentando mediar essa discussão para que a gente evite essa paralisação que traz tantos transtornos para a cidade. A gente acredita que existe tempo ainda para apelar para a sensibilidade de ambas as partes para evitar essa paralisação", afirmou o secretário Fabrizzio Muller hoje (22), em entrevista ao Jornal da Manhã, da TV Bahia.
O secretário disse ainda que durante o fim de semana houve conversas com o patronal e os representantes do sindicato para para saber como seria a semana. Pelo visto, sem grandes avanços. Ainda estão em aberto pelo menos quinze das 29 reivindicações que integram a pauta dos rodoviários.
Do outro lado, o patronato só aceita retomar as tratativas se houver somente duas questões a serem vistas: reajuste salarial e compensação das horas extras. Muller disse não ter percebido se houve qualquer sinalização dos rodoviários para enxugar a pauta.
"Não deu para perceber, mas a gente pede que se sensibilize para priorizar as pautas que sejam mais importantes para a categoria. A gente entende a questão do reajuste e da compensação de horas como as mais importantes, onde se deve gastar energia nessa negociação"
Extinção dos cobradores
Um dos pontos mais problemáticos das tratativas é a possibilidade de retirada dos cobradores na frota. Os rodoviários defendem a manutenção de cerca de cinco mil postos de trabalho nessa função. Enquanto a prefeitura entende que é chegado o momento de seguir o modelo de outras capitais.
"O município hoje está em um momento de revisão tarifária. Tem por obrigação estudar todas as formas de tornar o transporte público mais eficiente e sustentável do ponto de vista econômico e financeiro. Um dos cenários é a retirada gradual, a longo prazo, dos cobradores. Claro que com programa de auxílio e capacitação. Mas esse não é o momento para que gastemos essa energia, até porque isso não está na pauta do dia. Isso são estudos que somos obrigados a fazer para tornar o transporte público mais eficiente", explicou o secretário Fabrizzio Muller.
Plano de contingência
A capital baiana continua sem um plano de contingência em caso de greve dos rodoviários. A única certeza é que as duas linhas do metrô continuarão funcionando em horários normais e com aumento de viagens a depender do fluxo, segundo a CCR Metrô Bahia, administradora do modal.
"Já estamos trabalhando no plano de contingência, mas é claro que a gente precisa aguardar o cenário que se apresente para que tenhamos a informação sobre quais recursos poderemos contar, como percentual da frota [de ônibus que continuará na ativa] e transporte complementar. Então tudo isso é necessário que se aguarde para que a gente possa fechar um plano de contingência para uma eventual greve."