
Após 51 dias desaparecido na floresta amazônica, o caçador Magnilson da Silva Araújo, de 34 anos, foi encontrado vivo nesta quarta-feira (29), no Ramal do Tumbira, zona rural do Amazonas.
Visivelmente debilitado, desidratado e com sinais de desnutrição, ele caminhou cerca de 5 km até surgir próximo a uma casa, onde pediu ajuda. A história impressiona não só pelo tempo em que passou perdido, mas pela forma como conseguiu sobreviver.
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Segundo relatos da família e informações do portal g1, Magnilson desapareceu em 7 de abril, durante uma caçada na região do km 50 da rodovia AM-352, entre os municípios de Manacapuru e Novo Airão. Ele se separou dos dois companheiros com quem estava e, desde então, não havia dado mais notícias.
Dias de resistência
Para resistir à selva amazônica, o caçador se alimentou quase que exclusivamente de buriti, um fruto típico da região que é rico em nutrientes e água. Durante parte do tempo, permaneceu nas proximidades de buritizeiros, onde encontrava alimento. “Ele passou vários dias só comendo buriti”, contou o pai, Edelvânio Rodrigues de Araújo, de 63 anos.
Nos momentos mais críticos, quando o buriti não era suficiente, Magnilson também chegou a consumir animais crus para não morrer de fome. Ele comeu uma perema, nome de uma tartaruga de água doce comum na região , e também siris de igarapé.
Durante as noites, para se proteger de predadores e outros perigos da floresta, dormia em árvores. No entanto, com o agravamento de seu estado físico, passou a dormir no chão, sem condições de subir nos troncos.
Volta para casa
O reencontro com a família foi marcado por muita emoção. Magnilson foi inicialmente amparado por moradores da área, que acionaram o Corpo de Bombeiros e prestaram os primeiros socorros.
Em seguida, ele foi encaminhado para atendimento médico. Apesar da fragilidade, ele está consciente e se recuperando bem.