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história de tristeza e superação - 07/05/2025, 12:30 - Bruno Dias

Idosa é exemplo de superação após temporal em Santo Amaro

Mais de 300 famílias foram afetadas em Santo Amaro

Fortes chuvas atingiram Santo Amaro no fim de semana
Fortes chuvas atingiram Santo Amaro no fim de semana |  Foto: José Simões / Ag A TARDE

“Eu comecei a chorar, chorei muito. Meu guarda-roupa era novo... Comecei a chorar”. Esse foi o desabafo de Maria Raimunda de Jesus Saturno, de 77 anos, ao acordar na noite da última sexta-feira (2) e ver sua casa e seus móveis sendo tomados pela água das fortes chuvas que atingiram a cidade de Santo Amaro, a aproximadamente 75 quilômetros de Salvador, no Recôncavo baiano.

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Com a cheia do rio Subaé, causada pelo aguaceiro intenso, casas, comércios e unidades de saúde foram afetadas e mais de 300 famílias prejudicadas com perdas de móveis, roupas e outros pertences. Algumas precisaram abandonar suas residências para se proteger do alto risco, já que o nível da água chegou a encobrir parte da barriga.

Tristeza de uma dona de casa

O desespero se intensificou para dona Maria Raimunda quando sentiu a água subindo pelos corredores e não pôde correr para salvar seus bens, devido a uma cirurgia recente no pé direito. Por isso, precisou ser carregada às pressas pelo filho para longe de casa, conforme relatado à reportagem do Portal MASSA!.

“De tarde tava chovendo, mas não tava tão forte. Aí meu filho chegou e eu me deitei. Foi aí que a água começou a subir. Ele ficou aqui e tiramos a água. Depois me deitei de novo, ele também, no colchão aqui no chão, e fomos dormir. Quando foi de manhã cedo, minha filha, que mora aqui perto, chegou me chamando, quando me assustei com a água que já tava dentro de casa. Meu filho ainda estava deitado, no colchão, com a água nas costas”, conta.

Aspas

Aí eu comecei a chorar, chorei muito. Meu guarda-roupa era novo... comecei a chorar, chorar. A Denise ficou comigo, me acalmando. Mas eu entrei em desespero. Meu outro filho veio me carregar e me levar pra casa da minha irmã

Os vizinhos se comoveram com a situação da senhora e ajudaram a retirar as mobílias da casa e colocar sobre superfícies mais altas para que não tivessem mais contato com a água. Ainda assim, algumas perdas não foram evitadas.

“Depois mandei jogar logo fora essas coisas aqui, que já tão tudo fedendo. O sofá, então tá todo ruim, molhado por baixo, tem que jogar fora também. Isso aqui tudo molhou”, diz.

Várias área ficaram alagadas
Várias área ficaram alagadas | Foto: José Simões / Ag A TARDE

A correria do filho

Para Edenilson de Jesus Saturno, de 47 anos, no momento de desespero, o pensamento foi de salvar a sua mãe: “A primeira coisa que pensei foi em socorrer minha mãe, porque ela tá 'enferma'. A melhor coisa que fiz foi cuidar dela. Mandei ela se acalmar, pedi pra não colocar o pé no chão, porque ela está recém-operada”.

Aspas

Como minha mãe contou, perdemos sofá, cama, colchão. Tive perda de móveis, aparelhos, até um rádio que eu gostava muito. Graças a Deus a gente não perdeu a vida, é o mais importante. Mas foi um baque. Porque a gente perde coisas que batalhou pra ter

Móveis e objetos foram afetados pela enchente
Móveis e objetos foram afetados pela enchente | Foto: José Simões / Ag A TARDE

Ajuda da prefeitura

O prefeito Flaviano Bonfim visitou as pessoas prejudicadas pela enchente na terça-feira (6) e ofereceu apoio neste recomeço. A prefeitura também contou com o auxílio do Governo da Bahia para criar um gabinete de crise e disponibilizar a escola municipal Stella Mutti como abrigo e centro de ajuda. Por lá, colchões, cestas básicas, vacinas e outras doações foram distribuídas para os moradores.

“Já instituímos o aluguel social, principalmente para as famílias que moravam próximas às encostas e precisam sair definitivamente. A grande maioria das pessoas já conseguiu voltar para suas casas e está, aos poucos, retomando a rotina. Já limparam os imóveis e estão tentando reconstruir o que foi perdido. A prefeitura segue oferecendo o apoio necessário”, destaca.

Prefeito de Santo Amaro, Flaviano Bomfim
Prefeito de Santo Amaro, Flaviano Bomfim | Foto: José Simões / Ag A TARDE

“Sabemos que ainda vai levar tempo. Muitas famílias perderam tudo: geladeira, fogão, móveis, as casas ficaram praticamente vazias. Agora, estamos iniciando o cadastramento para garantir que essas famílias sejam assistidas”, finaliza.

A empresa pública da cidade partiu para as ruas e está atuando no recolhimento dos entulhos e lixos das casas danificadas. Além disso, também foi iniciado um acompanhamento com assistentes sociais, distribuindo cestas básicas, colchões, cobertores e garantindo a alimentação. Na área da saúde, pessoas estão sendo imunizadas, com as vacinas da Hepatite, Gripe e Antitetânica, para prevenir o surgimento de doenças.

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