
Quem passou pela estação do metrô, na Lapa, na tarde desta quarta-feira (4), teve uma experiência inusitada ao interagir com uma cobra viva e observar de perto animais empalhados. A exposição interativa “Mão na Cobra” apresentou ao público exemplares taxidermizados do acervo do Museu de História Natural da Bahia (MIAC/UFBA) e serpentes vivas do Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A ação faz parte de uma campanha de educação ambiental promovida pela Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa), em parceria com a CCR Metrô Bahia.
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Na sexta (6), a exposição segue para a Estação do VLT da Calçada, onde continuará aberta ao público com o mesmo objetivo: desmistificar o medo em relação à fauna silvestre e reforçar a importância da preservação da biodiversidade brasileira.
Entre as atrações, os visitantes puderam manusear, sob supervisão, uma Corn snake, também conhecida como cobra-do-milho, uma serpente exótica, inofensiva e não nativa do Brasil. Por não possuir predadores naturais no território brasileiro, sua criação é proibida no país, sendo permitida apenas em instituições autorizadas, como a Polícia Militar, que utiliza os animais exclusivamente para ações educativas. Para garantir o bem-estar das serpentes, quatro exemplares se revezam ao longo da exposição, evitando o estresse causado pela exposição prolongada.

“A ideia é que cada indivíduo compreenda seu papel na preservação do meio ambiente. Atitudes simples podem garantir um ecossistema equilibrado para as presentes e futuras gerações”, afirmou a major PM Érica Patrícia, comandante da Coppa. Ela reforça que, ao encontrar um animal silvestre, a população deve manter a calma e acionar a Polícia Militar pelo número 190, evitando qualquer tipo de agressão ao animal. Matar ou ferir animais silvestres é crime ambiental previsto em lei federal.
A exposição faz parte do projeto Educação Ambiental Itinerante, desenvolvido em parceria com o Governo do Estado e a UFBA. Além dos animais, a ação conta com a presença do “Homem-folha”, personagem simbólico representado pelo soldado Marques, que, vestido com elementos da natureza, interage especialmente com o público infantil. A proposta é despertar o interesse das crianças para o tema ambiental, promovendo o respeito à natureza e incentivando atitudes conscientes.
“A figura do Homem-folha chama atenção e ajuda as crianças a entenderem que é preciso proteger o meio ambiente. Elas se tornam multiplicadoras dessas informações dentro de casa, com os pais e avós”, explicou o soldado.

Para a CCR Metrô Bahia, a ação também reforça o compromisso da empresa com a sustentabilidade. Sônia Mara de Aquino Costa, coordenadora de qualidade e meio ambiente da concessionária, contou que a iniciativa partiu da Coppa, mas foi abraçada de imediato pela CCR. “Já temos uma relação com a Coppa, que nos auxilia quando há necessidade de resgate de animais silvestres em nossas instalações. Apesar de estarmos em uma área urbana, ainda há muitos animais silvestres na cidade. Nosso papel também é conscientizar nossos clientes sobre a importância de protegê-los”, destacou.
Para o estudante Yuri, de 17 anos, a exposição foi uma experiência inédita. “É meio estranho pegar uma cobra, mas depois que você entende, o medo passa um pouco. Aprendi que não é pra matar, e sim ligar pra polícia ambiental”, contou, após participar da atividade.
A major Érica Patrícia também destacou os resultados práticos das ações educativas. Um exemplo é a redução significativa na morte de sariguês — animais silvestres muitas vezes confundidos com ratos. “Graças ao trabalho de educação ambiental, conseguimos reduzir pela metade os casos de morte desses animais. As pessoas começaram a entender o papel ecológico do sariguê, que ajuda no controle de espécies peçonhentas como cobras e aranhas”, explicou.
Além da exposição, a Coppa também mantém o projeto Domingo Ambiental, que disponibiliza semanalmente vídeos educativos nas redes sociais, abordando temas relacionados à preservação da fauna e flora brasileiras. A expectativa é de que, por meio da informação, da sensibilização e da interatividade, a população compreenda que respeitar os animais silvestres é essencial para o equilíbrio dos ecossistemas e para uma convivência mais harmoniosa com a natureza.
