O aumento na tarifa de ônibus gerou grande insatisfação entre usuários do Transporte Público de Salvador, especialmente aos movimentos estudantis, que se juntaram para um protesto na região do Iguatemi, nesta segunda-feira (6). A mobilização contou com membros da União Nacional dos Estudantes (UNES), da Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador (AGES) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBS).
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Além de irem contra o novo reajuste, os manifestantes buscaram o direito de obterem passe-livre no transporte. O protesto contou com faixas e bandeiras que repudiaram o aumento, que coloca a capital baiana entre as cinco cidades com passagem mais cara do Brasil, no valor de R$ 5,60.
O Portal MASSA! acompanhou de perto a manifestação e conversou com representantes dos movimentos estudantis. De acordo com Manoel Davi, diretor de comunicação da AGES, Salvador atualmente conta "com uma mobilidade péssima".
"A gente veio hoje fazer uma manifestação em repúdio a aumento abusivo da tarifa, que todos os anos vem acontecendo de forma extremamente massiva para dentro da classe trabalhadora. Toda vez que aumenta a tarifa, quem sofre é a classe trabalhadora, que precisa tirar do seu salário para encaminhar no transporte, que usa o transporte público precário, quebrado, ruim, que demora horas para chegar", criticou.
Ainda conforme Manoel Davi, a busca pelo passe-livre estudantil é uma maneira de incentivar a educação pública. "A gente ainda não conseguiu esse passe-livre, mas ainda lutamos muito para que seja efetivado, porque os estudantes precisam estar na escola, precisam chegar na escola, e ainda é um problema", completou.
De acordo com Lucas Santana, diretor de combate ao racismo da UNES, os alunos da rede pública vivem "uma luta diária". "A gente acorda cedo e todos os dias o ônibus está lotado, um engarrafamento absurdo, sem ar-condicionado. O transporte público está subindo agora pra 5,60. Não temos passe-livre, a gente paga meia, que já é absurdo", iniciou.
"A gente recebe, às vezes, um auxílio presença, que não supre nossas necessidades. Tem estudantes nossos que vão para escola só para poder almoçar ou merendar, para você ver o grau que a gente pega na cidade", acrescentou Santana.