Após ter o braço amputado por conta de uma acidente no parque de diversões em Cajazeiras, a vida do jovem Andrei Peroba, de 20 anos, jamais será a mesma. Em busca de repostas, os advogados da vítima seguem em busca do laudo pericial, para melhor compreensão do caso, porém ainda não tiveram acesso.
Em entrevista coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (25), no Edifício CEO Salvador Shopping, o doutor Bruno Moura contou ao Portal Massa! que busca incansavelmente pelo documento desde a semana do acontecimento. No entanto, expressou surpresa com a demora de mais de um mês para obter acesso.
"Nos causa enorme estranheza saber que o prazo legal estipulado para emissão de todo e qualquer laudo pericial é de 10 dias e já temos aqui 40 dias e nenhum laudo foi emitido. Hoje é segunda-feira, sexta-feira eu estive no DPT, departamento de polícia técnica, exigindo acesso a esse laudo, mas infelizmente mais uma vez eu tive como resposta de que o laudo ainda não está pronto", destacou ele.
O comprovativo tem papel importante, pois permite que os mediadores prossigam com as medidas legais apropriadas relacionadas ao caso. Em visita a Sedur (Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo), o graduado relatou ter recebido promessas de respostas, no entanto, até agora, tudo permanece um mistério.
"Estivemos pessoalmente na Sedur, Secretaria de Desenvolvimento Urbano, para que assim tivéssemos acesso a todo documento advindo dessa liberação desse parque. Lá eu fui atendido por um rapaz que se identificou como coordenador e me foi garantido que, no dia posterior, o secretário iria manter contato comigo para a gente ter acesso a esse alvará. Mas infelizmente até o momento, já tem mais ou menos 20 dias que eu estive lá, não recebi qualquer ligação de qualquer secretário, de qualquer secretaria da Prefeitura", afirmou.
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Relembre o acidente:
Na noite de quinta-feira, 15 de fevereiro, Andrei Peroba foi até o parque com a irmã de 17 anos e a prima de nove. Ele ficou com o braço preso nas ferragens do “Intoxx”, uma das atrações mais procuradas pelo público. Ele teve uma fratura exposta e precisou ser levado às pressas para o Hospital Geral do Estado (HGE), após ter sido removido do local do acidente pelo Corpo de Bombeiros. O jovem de 20 anos teve que amputar o braço e ficou mais de um mês internado. A irmã dele teve ferimentos leves no rosto.
O parque de diversões foi interditado após passar por vistoria da Defesa Civil de Salvador (Codesal). Por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), a Prefeitura de Salvador informou que o parque de diversões já havia sido interditado em janeiro deste ano, por iniciar as atividades sem autorização. Após isso, teria apresentado a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) dos equipamentos e do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e conseguido um alvará de funcionamento emitido pela Central Integrada de Licenciamento de Eventos (CLE).
A Polícia Civil (PC) informou que o caso foi registrado como "lesão corporal de natureza grave e se resulta em perda ou inutilização do membro". Neste domingo (4), a Polícia Civil atualizou apenas que as investigações estão em curso e não informou detalhes.