
A repercussão de uma entrevista concedida a um jornal de Salvador terminou uma delegacia da Polícia Civil na quinta-feira (11). O diretor-geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), Marcelo Lemos, denunciou ter sido alvo de ataques racistas nas redes sociais e decidiu formalizar o caso após comentários que, segundo ele, extrapolaram qualquer crítica.
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O gestor relatou, através de uma publicação no Instagram, que as ofensas foram usadas como argumento para questionar sua capacidade profissional. A situação levou Marcelo a procurar o Centro Policial de Cidadania e Diversidade (CPCD), onde funciona a Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa (DECRIN).
“Infelizmente estive hoje no Centro Policial de Cidadania e Diversidade (CPCD), unidade especializada da Polícia Civil que abriga a Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa (DECRIN), para registrar uma denúncia sobre um ataque racista que sofri nas redes sociais, após uma entrevista concedida à Rádio Metrópole”, escreveu.
O comentário mencionado pelo diretor partiu de um internauta e direcionava críticas à aparência de Marcelo. “O cara não cuida nem do próprio cabelo, quem dirá de algo tão complexo que é este instituto e suas demandas… Ah, antes que me chamem de racista, eu sou pardo também como ele… a realidade é visível que este cara não tem estofo para gerir algo tão complexo”.
Ainda na publicação, o gestor reforçou que não pretende deixar o caso passar batido e destacou que posturas como essas do comentário configuram crime. “Tentaram questionar minha competência a partir do meu cabelo, da minha estética, da minha identidade. Não deixarei passar. Racismo é crime e o ambiente digital não é terra sem lei. [... ]Para construirmos uma sociedade verdadeiramente antirracista, precisamos enfrentar cada violência com firmeza, responsabilidade e coragem. Seguimos✊🏿”, concluiu.
