
Em sua quarta participação na Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô), o ilustrador e quadrinista baiano Daniel Cesart ministrou, nesta quinta-feira (7), a oficina “Seu herói na ponta do lápis”, voltada para o público infantil, na Praça das Artes.
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Na atividade, crianças foram convidadas a desenhar seus super-heróis favoritos sob a orientação de um dos nomes premiados do quadrinho nacional.
“Esse é meu quarto ano de Flipelô e para mim é muito importante estar aqui, é mais importante para mim do que estar em qualquer outro evento fora da Bahia”, disse Cesart em entrevista exclusiva ao Grupo A TARDE.
“Além de estar em casa e estar falando com os meus, eu sinto que eu trago um pouco da minha arte para as pessoas que eu gosto, pro lugar que eu gosto, que eu convivo, então é sempre muito bom. E cada ano a festa está crescendo mais, e eu espero que fique cada vez maior”, afirmou o artista.
Realizada desde quarta-feira (6), e com programação até domingo (10), a Flipelô chega à sua 9ª edição com mais de 250 atividades espalhadas pelo Centro Histórico de Salvador. Com entrada gratuita, a feira literária mais importante da Bahia tem como homenageado deste ano o dramaturgo Dias Gomes.
Para Cesart, a natureza democrática do evento é o que a diferencia de outras feiras literárias do país. “Eu acho muito importante porque a Flipelô, diferente das bienais, que são festas de editoras, a Flipelô é uma festa para o público. Ela é gratuita, ela é aberta, ela é acessível e democrática”, afirma.
Segundo ele, o ambiente da feira oferece oportunidades especialmente para artistas emergentes. “Ela está se tornando um expoente, um espaço de visibilidade, principalmente com autores emergentes, que às vezes não possuem tanto incentivo em eventos maiores, que são pagos ou de iniciativa privada, e aqui eles têm essa visibilidade necessária.”
Ele completa: “Você chega na Vila Literária, e enxerga vários escritores, escritoras, quadrinistas, artistas plásticos que estão expondo seu trabalho, estão trazendo sua arte para o mundo.”
Próximo projeto: slasher negro com base histórica
Reconhecido pelo trabalho na graphic novel Estados Unidos da África (em parceria com Anderson Shon), que lhe rendeu o 36º Troféu HQMix, Daniel Cesart adiantou ao A TARDE que já trabalha em um novo quadrinho previsto para 2026.
“Anderson Chon vai me matar porque eu dou spoiler, mas ano que vem vamos lançar A Revolta dos Malês — esse não é o título definitivo — mas vamos contar a história da Revolta dos Malês sobre um viés diferente.”
Misturando ficção e fatos históricos, a obra trará elementos do terror e do cinema slasher — aquele em que um assassino vai eliminando vítimas uma a uma. “Sabe que nunca fizeram o Sexta-feira 13 com pessoas pretas? Sempre é a pessoa preta que morre nos filmes de slasher, de terror. A gente vai fazer um slasher diferente que vai trazer como pano de fundo a Revolta dos Malês.”
A Flipelô segue até domingo
Com atividades voltadas para todas as idades, a Flipelô 2025 segue com intensa programação até o próximo domingo, 10, ocupando espaços que vão da Praça Municipal ao Santo Antônio Além do Carmo. Entre os destaques, estão oficinas, lançamentos de livros, contações de histórias, shows, saraus e exposições de arte. A programação completa pode ser consultada no site oficial do evento.