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Se ligue - 01/11/2024, 20:49 - Da Redação - Atualizado em 01/11/2024, 20:59

Confira dicas para não se endividar na Black Friday

Data tradicional de compras acontece no dia 29 de novembro

Dia é repleto de oportunidades e 'armadilhas' para consumidores
Dia é repleto de oportunidades e 'armadilhas' para consumidores |  Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O mês de novembro é muito esperado pelos consumidores que querem economizar e aproveitam as ofertas para renovar itens de casa ou pessoais. Já tradicional no Brasil, a Black Friday 2024 acontecerá no dia 29 de novembro, última sexta-feira do mês.

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Segundo levantamento da Confi.Neotrust, este ano a expectativa de movimento em vendas é de R$ 9,3 bilhões no Brasil, o que representa um aumento de 9,1% em relação a 2023.

O estudo “Panorama do Consumo Black Friday 2024”, mostrou que 85% das pessoas já estão se planejando para ir às compras, e os produtos mais buscados são eletroeletrônicos, produtos voltados para casa e decoração.

E quem nunca comprou algo que não precisava, com dinheiro que não tinha? Para ajudar os consumidores a fazerem boas compras, o coordenador do curso de MBA em Gestão de Negócios da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Roberto Falcão, deu dicas para evitar o endividamento e exercitar o consumo.

Com tantas opções de compras (física e digital), entrega rápida, possibilidade de parcelamento e cashback, o consumidor fica exposto a diversas ofertas. E para os que têm tendência à impulsividade, esse é o cenário perfeito para se tornar um devedor na praça.

Confira as principais dicas para para se dar bem na Black Friday e não se endividar:

Desconfie das promoções
O consumidor deve ficar atento ao preço médio do produto que quer comprar, evitando promoções enganosas como as que oferecem desconto em cima de um preço inflacionado (aumentar o preço alguns dias ou semanas antes, para então “dar um desconto”), como costuma acontecer durante o período de Black Friday.

“Se há parcelamento, é preciso prestar atenção nos juros embutidos, as empresas são obrigadas a informar a taxa de juros ao consumidor. Pode acontecer também de algumas organizações já embutem os juros no preço à vista, ganhando duplamente nas formas de pagamento”.

Você precisa desse produto?
Falcão também explicou que o consumidor deve refletir se realmente precisa do produto que está interessado em comprar.

“Na maioria das lojas que tem caixas, como as departamento, são cada vez mais comuns as filas únicas, onde são criados corredores com produtos, que acabam influenciando uma compra sem necessidade. São as compras por impulso. Quem nunca acabou comprando algo de última hora, pois foi impactado enquanto estava na fila de uma loja? Com os produtos ali, ao alcance das mãos, você compra sem nem mesmo raciocinar”, disse.

De acordo com ele, atualmente o consumo vai muito além da simples satisfação de necessidades, chegando até a se aproximar do que se chama de ‘ato sagrado’. O produto ou evento se torna quase um talismã e provoca essa espécie de ‘peregrinação’ do consumidor em busca de sua satisfação.

Jovem é mais influenciável
Segundo o especialista, não há como traçar um perfil do consumidor mais consumista ou compulsivo, visto que as pessoas têm gostos e desejos diferentes. Uma pessoa pode gostar muito de sapatos e gastar mais com esse tipo de produto, por exemplo.

Contudo, de modo geral os jovens são o perfil mais “influenciável”. Muitos ainda não têm responsabilidades financeiras de aluguel, contas de água e luz, escola dos filhos e o dinheiro acaba sendo consumido de forma mais supérflua.

“Se pensarmos no ambiente digital, então, os jovens são impactados de forma maior. Até porque o tempo médio que passam em redes sociais é bastante alto, superando uma média diária de 10 horas na frente de uma tela. Além disso, o jovem não tem educação financeira e costuma fazer coisas por impulso instintivamente. Já um público mais velho, que tem obrigações e ganha o próprio dinheiro, tende a ser mais comedido. Mas isso não é uma regra absoluta”, falou.

Lojas físicas oferecem armadilhas
Já quando se trata de comércio físico, a tendência é que tanto jovens quanto idosos comprem coisas sem necessitar delas. E alguns fatores também influenciam a compra por impulso em lojas físicas: as crianças têm papel de influência forte nas decisões de compra; e o cartão de crédito é um grande vilão das famílias, porque o comprador não “vê” essa dívida na hora de comprar e ainda pode parcelar.

Brasileiro gosta de vantagem
Outro aspecto que costuma ser decisivo para uma compra por impulso é o fato de, culturalmente, o brasileiro gostar da ideia de ganhar algo.

“Se você ganha algum desconto em um produto, provavelmente não vai lembrar no dia seguinte. Mas se o lojista te dá um brinde físico, como uma simples caneta, por exemplo, esse brinde te marca e você ainda sai por aí com esse objeto, como um outdoor gratuito da empresa. Além disso, outro aspecto que tem sido bastante explorado é o cashback, que dá dinheiro de volta ao consumidor”, explicou Falcão.

Gatilhos mentais
Uma outra forma de influenciar os consumidores são os gatilhos mentais, muito explorados pelo marketing. São aspectos como a reciprocidade (a empresa dá “algo de graça” ou alguma vantagem), autoridade (provas de quantidade ou qualidade do serviço ou produto), prova social (consumidor que fala bem da empresa ou do serviço oferecido).

“Quando o consumidor conhece e identifica esses gatilhos, fica evidente como a empresa trabalha aquela venda. Outra coisa a se reparar é o chamado copy, forma específica de se escrever anúncios e chamarizes de forma imperativa, para persuadir o consumidor.”

Racionalize as finanças
O especialista orienta os “gastadores” a montar uma planilha para anotar os gastos, ou usar aplicativos para enxergar o quanto está gastando: “A principal dificuldade das pessoas com relação à educação financeira é que elas não sabem onde e como estão gastando. A maior parte do endividamento das pessoas não ocorre por ganharem pouco, mas por gastarem mal. Isso se evidencia quando as pessoas são promovidas e passam a ganhar mais, mas continuam a se endividar”.

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