Beneficiários do Bolsa Família estão destinando parte do valor mensal para casas de apostas. O levantamento, divulgado pelo BC (Banco Central), nesta segunda-feira (23), indica que R$ 3 bilhões enviados pelo programa foram gastos com as chamadas bets.
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O valor bilionário partiu de 5 milhões de famílias com direito ao benefício social. Dentre eles, 70% são chefes de família e enviaram, apenas em agosto, R$ 2 bilhões às bets (67% do total) via pix.
O levantamento foi solicitado pelo senador Omar Aziz (PSD-AM). De acordo com o BC, as pessoas de baixa renda são as mais prejudicadas pelas apostas esportivas.
"É razoável supor que o apelo comercial do enriquecimento por meio de apostas seja mais atraente para quem está em situação de vulnerabilidade financeira", avalia a instituição.
O volume destinado para apostas pode ser ainda maior, visto que os dados do BC incluem apenas as apostas via pix, e não outros meios de pagamento, como cartões de débito e de crédito e transferência eletrônica direta (TED).
O Brasil buscar regularizar a situação das casas de apostas, cada vez mais crescente. Na última semana, o Ministério da Fazenda anunciou a suspensão das bets que não tiverem pedido, até 30 de setembro, autorização para operar no país. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, há uma "pandemia" responsável pela dependência de jogos eletrônicos.
“[A regulamentação] tem a ver com a pandemia [de apostas eletrônicas] que está instalada no país e que nós temos que começar a enfrentar, que é essa questão da dependência psicológica dos jogos”, afirmou.
“O objetivo da regulamentação é criar condições para que nós possamos dar amparo. Isso tem que ser tratado como entretenimento, e toda e qualquer forma de dependência tem que ser combatida pelo Estado", completou o ministro.