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de olho na saude - 26/07/2024, 07:06 - Madson Souza

Salvador é a terceira capital do país com mais mulheres hipertensas

Capital baiana só fica atrás de Rio de Janeiro e Recife em casos confirmados

Dieta e exercícios físicos se tornaram parte da rotina de Gicélia Cruz
Dieta e exercícios físicos se tornaram parte da rotina de Gicélia Cruz |  Foto: Uendel Galter/ Ag A TARDE

Após ver sua mãe lidar com as consequências da hipertensão, a professora Gicélia Cruz, de 55 anos, já estava mais consciente quando recebeu o diagnóstico da mesma enfermidade aos 41. Remédios, uma nova dieta e exercícios físicos se tornaram parte da rotina da professora no combate à chamada “doença silenciosa”. A história de Gicélia é comum na capital baiana. Com 33% dos casos, Salvador é a terceira capital brasileira com maior número de mulheres hipertensas.

Rio de Janeiro (36,5%) e Recife (36,0%) são as capitais à frente da cidade baiana, conforme dados divulgados pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Mas a questão não é uma exclusividade das capitais. São mais de 50 milhões de adultos afetados pela doença no país. Hoje, 70% das pessoas com a enfermidade não conseguem manter a pressão arterial controlada, conforme informado em nota pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).

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A meta da organização é controlar a hipertensão de 70% dos pacientes brasileiros até 2030. Com esse foi lançado ontem o projeto “Aliança Onda: Menos Pressão, Mais Ação!”. “É um projeto que visa o engajamento do paciente no tratamento da hipertensão arterial, que é o principal fator de risco para a ocorrência de infarto, derrame, problema nos rins, e que tem uma dificuldade muito grande de controle por conta de um engajamento do paciente que não é adequado”, afirma o membro da diretoria da SBH, Luiz Bortolotto.

A ideia é que através do esforço de diversos setores sejam emplacadas estratégias para “o incentivo à alimentação saudável com baixo teor de sal, à prática regular de atividade física (pelo menos 150 minutos por semana), ao controle de peso (manutenção do IMC até 25kg/m2) e a parar de fumar”, de acordo com a nota da SBH.

Uma série de ações foram planejadas para a ambiciosa meta de controlar a hipertensão de parte dos pacientes, de acordo com Luiz. “Vamos fazer trabalho educacional ‘in loco’, pressionar empresas e o serviço de saúde pública para aumentar o diagnóstico e também a conscientização do tratamento. Além do uso de ferramentas digitais gratuitas com a divulgação de vídeos educativos para o paciente sobre mudanças de estilo de vida, um meio do paciente receber notificações para tomar o remédio e lembrar de se alimentar de forma saudável”, indica Luiz.

Fatores desconhecidos


O controle da hipertensão é uma forma importante de reduzir o número de ocorrências cardiovasculares, de acordo com a SBH. O que preocupa é que mais de 50% das pessoas com pressão arterial elevada desconhecem sua condição. Fatores genéticos (...) estão fora de controle, mas existem fatores que podem ser tomados cuidados preventivos, como explica o membro da comissão científica da Sociedade Baiana de Cardiologia, Rafael Modesto.

“Destaco principalmente os hábitos alimentares saudáveis. Aqui é importante a gente frisar a redução do consumo de sal diário e de alimentos ricos em sódio, manter um peso corporal adequado. A prática de atividade física é imprescindível, além de cessar tabagismo, álcool em excesso e evitar o estresse”.

Na maior parte das vezes a hipertensão não apresenta sintomas, o que faz com que o paciente não procure um serviço de saúde. Com histórico na família, o empresário Miguel Weber, de 75 anos, descobriu faz 15 anos sua condição. “Tomo o remédio direitinho, mas às vezes esqueço. Uma vez contei pra médica que esqueci e ela explicou que não podia esquecer. Passei a ficar mais atento. Minha pressão não é de subir muito, mas sei dos riscos então tomo todos os cuidados”.

A hipertensão arterial na sua forma mais comum não tem cura, porém o controle adequado da enfermidade é de fundamental importância para reduzir a chance do paciente de desenvolver as doenças cardiovasculares. “Não tem cura, mas a gente tem controle. Portanto, precisa manter o tratamento de forma constante e irregular”, ressalta Modesto.


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