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Um perigo! - 08/02/2025, 08:31 - Da Redação

Órgão baiano monitora morcegos para evitar novos focos da raiva

Criador deve vacinar seu rebanho anualmente

Agentes realizando o monitoramento
Agentes realizando o monitoramento |  Foto: Divulgação

Após o aumento do número de casos de animais de produção, com sintomatologia nervosa e acometidos pelo vírus da raiva, no estado, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) alerta os produtores para a importância de vacinar seu rebanho anualmente e protegê-lo dessa doença tão temida e que, segundo especialistas, não pode ser negligenciada. O órgão, que atua de forma integrada com a saúde pública, de todas esferas, também intensificou suas ações de prevenção e controle em áreas de maior ocorrência.

Para o diretor geral da Adab, Paulo Sérgio Luz, a doença tem gerado grandes prejuízos no campo e, nesse caso, a prevenção é o único remédio. “Do ponto de vista da sanidade animal, avançamos muito com a conquista do status de Zona Livre da Febre Aftosa sem Vacinação no estado. No entanto, ainda temos a obrigatoriedade da imunização contra a Brucelose e, no caso da Raiva, há uma atenção ainda maior em função do grau de letalidade nos animais de produção. Nesse caso, a Adab recomenda que seja feita a vacinação anual contra essa patologia”, orienta.

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Na última semana, um total de 500 profissionais de saúde, entre veterinários, médicos, enfermeiros e agentes de saúde e de endemias, que atuam na zona urbana e rural, mais precisamente em Guanambi e Caetité foram capacitados em controle e prevenção da raiva animal e a Adab deu uma importante contribuição. A iniciativa é fruto de uma ação conjunta entre a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep/Sesab), secretarias municipais de saúde e a Adab.

Quem representou o órgão foi o médico veterinário e coordenador do Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH), Paulo Ferraz. Para ele, além do acolhimento e protocolo das pessoas que manipularam o animal e tiveram contato com a saliva, é importante a notificação imediata à Adab para bloqueio do foco do agente transmissor.

“A partir dessas notificações, delimitaremos uma área de atuação mais precisa para monitoramento dos abrigos de morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue), principal vetor de transmissão da doença no animal, e posterior captura destes”, explica Ferraz.

A orientação da Adab aos produtores é que, ao detectar mordedura em seus animais, seja aplicada a pasta anticoagulante vampiricida, ao redor da ferida por, no mínimo, três dias seguidos. “Isso porque os morcegos voltam para se alimentar, no mesmo animal e lesão, e se contaminam com a pasta. Ao retornar ao seu habitat, morrem e contaminam outros. Com esse controle direto, estima-se que, para cada morcego que recebeu a medicação tópica, outros 20 também morram, reduzindo o número de casos”, estima Paulo Ferraz.

Como resultado desse trabalho, em Guanambi e região, foram monitorados oito abrigos de morcegos hematófagos, com captura em um deles de nove animais e tratamento em oito, com utilização da pasta. A ação foi realizada pelos técnicos da Adab.

“Os profissionais precisam se conscientizar de que a raiva é Saúde Única, cuja abordagem precisa ser integrada e a conexão entre a saúde humana, animal e ambiental reconhecida”, adverte Ferraz. Ele também reforça sobre a necessidade do criador vacinar, anualmente, contra a raiva o seu rebanho. “Atualmente, a vacinação apenas se torna obrigatória em casos positivos, na propriedade e área circunvizinha, num raio de 10 quilômetros, mas não podemos negligenciá-la, em função da alta propagação e letalidade”.

A doença

A raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. No entanto, trata-se de uma doença passível de controle pela existência de medidas eficientes de prevenção, como a vacinação animal e a realização de bloqueios de foco.

Os animais de produção que podem ser acometidos pela doença são os bovinos e bubalinos, equídeos, ovinos e caprinos, além dos suínos.

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