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Brazuca - 26/01/2025, 08:00 - Amanda Souza

No precinho? Ozempic, medicamento da moda, ganha concorrente nacional

Medicamento está cada vez mais popular entre as pessoas que buscam emagrecimento

Medicamento usado no tratamento de diabetes ganhou outro objetivo
Medicamento usado no tratamento de diabetes ganhou outro objetivo |  Foto: Ilustrativa/Reprodução/Freepik

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a produção e venda de dois novos medicamentos da classe de análogos de GLP-1 no Brasil. O primeiro deles é o Olire, voltado ao tratamento da obesidade, enquanto o segundo, Lirux, é direcionado ao controle do diabetes tipo 2.


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Fabricados pela farmacêutica EMS, os produtos chegarão às farmácias brasileiras em 2025, trazendo novas opções em uma classe que já ganhou grande popularidade, especialmente por conta do Ozempic e do Wegovy.

Os novos medicamentos contêm liraglutida, o mesmo princípio ativo de Saxenda e Victoza, cujo uso está consolidado tanto para controle do diabetes quanto para auxílio no emagrecimento.

A liberação ocorre em um momento de alta demanda por alternativas capazes de atender à crescente busca por tratamentos que promovam perda de peso, razão pela qual medicamentos como Ozempic e Mounjaro se popularizaram.

Impacto na indústria farmacêutica brasileira

Diante da novidade, o Portal MASSA! conversou com a dra. Maria Fernanda Barros, farmacêutica e assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia da Bahia (CRF-BA). Ela entende que a autorização da Anvisa representa um marco significativo.

"Essa medida fomenta a competitividade no mercado, impulsiona a indústria nacional e reduz a dependência de importações, fortalecendo a soberania farmacêutica do país", pontua.

Ela também destaca o potencial de democratização do acesso, visto que a concorrência nacional tende a tornar os medicamentos mais acessíveis à população.

Afinal, por que esse medicamento causa emagrecimento?

Maria Fernanda explica que os medicamentos dessa classe atuam como agonistas do receptor GLP-1.

Aspas

Eles estimulam a secreção de insulina em resposta à glicose elevada no sangue, retardam o esvaziamento gástrico e reduzem o apetite, promovendo saciedade prolongada. Esses efeitos combinados resultam na redução do consumo alimentar e, consequentemente, na perda de peso

Dra. Maria Fernanda Barros


No entanto, ela alerta que o uso desses medicamentos sem acompanhamento médico pode gerar náuseas crônicas, diarreia persistente, perda excessiva de massa muscular, além de riscos mais graves como pancreatite e problemas na vesícula biliar.

Medicação segura, mas exige acompanhamento médico

A médica endocrinologista Olívia Bomfim ressalta que os medicamentos baseados em semaglutida, como o Ozempic, são seguros e eficazes, mas requerem supervisão médica.

“O medicamento é seguro, inclusive do ponto de vista cardiovascular. É seguro desde que acompanhado por um médico, toda medicação pode ter um efeito adverso, um efeito colateral e algo que possa ter algum efeito adverso mais grave”, explica.

Olívia alerta para o risco de automedicação e para o modismo em torno do uso desses medicamentos. Segundo ela, muitas pessoas que não têm obesidade acabam utilizando o medicamento de forma inadequada, o que pode aumentar os riscos de efeitos adversos.

“Essa é uma medicação que, em geral, nós indicamos para os pacientes que tenham sobrepeso com doenças associadas, como hipertensão, alteração do colesterol, esteatose hepática, diabetes", disse. "O que acontece é que, às vezes, o paciente nunca teve a obesidade, e passa a transformar o medicamento numa dependência, é aí que talvez o efeito colateral seja maior do que o benefício", explica.

Uso do medicamento precisa ser acompanhado de instrução
Uso do medicamento precisa ser acompanhado de instrução | Foto: Ilustrativa/Reprodução/Shutterstock

Cuidados com a banalização do tratamento

Ainda de acordo com Olívia, é importante estar atento para o fato de que nenhuma medicação age sozinha, e, portanto, quem quer perder peso precisa ter uma mudança de hábito, especialmente quando se trata de pessoas que não estão com sobrepeso.

Aspas

Muita gente busca como soluções rápidas, aquelas pessoas que não têm obesidade, que querem perder dois ou três quilinhos, e acabam meio que levando a medicação como um amuleto para essa perda rápida

Dra. Olívia Bomfim

A endocrinologista destaca a importância de uma equipe multidisciplinar no tratamento da obesidade, com foco na mudança de comportamento. “É preciso uma equipe multidisciplinar associada que vise mudança de comportamento: melhoria da qualidade do sono, mudança de hábitos alimentares, engajamento na atividade física e terapia.

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