A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) tem notificado a baixa procura da vacina bivalente desde o início da campanha. Menos de 10% do público-alvo na Bahia foi para as unidades de saúde. Atrelado a isso, a preocupação com a validade do primeiro lote é um alerta, já que as ampolas duram 10 semanas após serem retiradas das câmaras de resfriamento.
Desde o dia 23 de fevereiro, quando foi iniciada a estratégia de vacinação bivalente na Bahia, foram distribuídas mais de um milhão e duzentas mil doses de vacina. Ao todo, pouco mais de 450 mil foram aplicadas em um universo de 4,6 milhões de baianos dentro do grupo de pessoas elegíveis.
A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Sesab, Vânia Rebouças, conta que o primeiro lote distribuído pelos municípios tem a validade entre 4 e 5 de maio. Destas vacinas, entre 100 a 150 mil doses ainda estão para serem aplicadas antes do prazo de validade, além das outras remessas pelo estado, totalizando cerca de 750 mil.
Não existe medo. Existe um alerta por meio de ações preventivas para não perder estas vacinas. Então, a gente acredita que, com a intensificação da vacinação nos 417 municípios da Bahia, o risco de perder doses é pequeno
Vânia Rebouças, coordenadora do Divep
Para resolver a situação, a Sesab está realizando encontros com as secretarias municipais de saúde para orientar ações destinadas aos grupos elegíveis já que a procura não tem sido espontânea.
Estratégias
“As secretarias precisam ir às instituições de saúde, promover a vacinação em domicílio e abrir novos pontos de vacinação próximos aos centros, além de permitir uma maior flexibilidade de horários, incluindo atendimentos até mais tarde e dias ‘D’ de vacinação aos sábados, para melhorar as taxas”, acrescenta Vânia.
Vânia reforça a necessidade de atualização das cadernetas de vacinação para todas as faixas etárias. “Por causa do cenário epidemiológico atual, as pessoas estão, por ter diminuído os casos graves e óbitos pela doença, com a sensação de que não precisam mais. É importante garantir a atualização dos esquemas vacinais de uma maneira geral para as diferentes dezenas de doenças”, complementa a coordenadora.
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O pedreiro José Dias, 63 anos, foi tomar as duas vacinas, bivalente e para gripe, mas ainda não estava apto para tomar o imunizante para o Covid-19 por causa do período entre a última dose que tomou e a próxima. “Temos que acreditar na ciência que é aí que evitamos as doenças. Eu ouvi falar que essa bivalente é muito boa e importante. Vai ficar para a próxima”, comenta.
O grupo de pessoas elegíveis para se vacinar inclui idosos com mais de 60 anos e pessoas com 12 anos ou mais de idade que pertençam a um dos grupos: pessoas que vivem e trabalham em instituições de longa permanência; comunidades tradicionais, ribeirinhas e quilombolas; população indígena; gestantes e puérperas; trabalhadores de saúde; pessoas com deficiência; população privada de liberdade, adolescente em medidas socioeducativas e funcionários do sistema prisional; e pessoas com comorbidade.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
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