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Entenda - 18/06/2024, 05:45 - Silvânia Nascimento

Febre oropouche: Vigilância explica trâmites para confirmação de óbito

Profissionais estiveram reunidos, em Salvador, durante 1º Simpósio sobre a doença

Sesab realizou primeiro simpósio sobre a doença
Sesab realizou primeiro simpósio sobre a doença |  Foto: Divulgação/Sesab

Após o aumento significativo de casos da febre oropouche no estado, especialistas, autoridades e acadêmicos da área de saúde participaram, nesta segunda-feira (17), do 1º Simpósio sobre a doença, promovido pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), em Salvador. A iniciativa teve como finalidade discutir e entender melhor as manifestações dessa patologia e que, assim como a dengue, é transmitida por um mosquito e pode levar à morte.

Por sinal, ainda nesta segunda-feira (17), a Sesab confirmou o primeiro óbito causado pela doença viral, que tem como transmissor o mosquito Culicoides paraensis. O paciente tinha 24 anos, e morava na cidade de Valença, no baixo sul da Bahia. Um segundo caso, no município de Camamu, na mesma região, está sendo investigado pelas autoridades públicas. No entanto, conforme explicado pela diretora da Vigilância Epidemiológica do Estado, Márcia São Pedro, embora a morte ocasionada pela febre do oropouche tenha sido identificada por órgãos estaduais, a Sesab ainda está no aguardo pela confirmação do Ministério da Saúde.

"Quando o óbito aconteceu, nós fizemos toda uma parte de exclusão de outras doenças como da zika, dengue, chikungunya, leptospirose , além de infecções por meningocócicas, haemophilus e pneumocócicas. Todos deram negativo. O que acontece é que, mesmo o óbito sendo avaliado pela Câmara Técnica Estadual, nós estamos aguardando a confirmação pelo Ministério da Saúde, que ainda não confirmou como febre do oropouche", relatou Márcia em entrevista o MASSA!.

Até a tarde de ontem, a Bahia computava 691 casos confirmados de pessoas infectadas pela doença. Salvador aparece com nove registros, enquanto as regiões leste (Santo Antônio de Jesus e cidades vizinhas) e sul (Valença e municípios próximos) lideram com mais de 400 casos.

"A gente tem muitos casos concentrados em Valença, Gandu, em toda aquela área, e também na região de Amargosa, porque são áreas de muita mata. Além disso, são regiões que têm plantações de cacau e bananeiras, que são propícios para mosquitos por terem acúmulo de matéria orgânica. No caso, a bananeira é importante para a plantação de cacau porque ela precisa fazer sombra. Então, ali existe depósito de matéria orgânica que não pode ser retirado porque é essencial para o próprio plantio", explicou a diretora da Vigilância Sanitária Epidemiológica.

Uso de repelente e roupas longas podem prevenir

A profissional também destacou que, assim como os sintomas, os cuidados que a população precisa ter são os mesmos já adotados para combater a dengue. Porém, agora, com o surgimento da febre do oropouche, a atenção precisa ser redobrada.

"As medidas são limpeza, que são as mesmas adotadas para o aedes aegypti, evitar acúmulo de lixo, de água e deixar terrenos limpos. Associado a isso, a gente precisa entender que cada indivíduo precisa utilizar repelente, roupas de mangas compridas, calça, principalmente nas áreas rurais, que são locais de maiores transmissões. Isso porque não há indicação e não pode ser feito uso de nenhum inseticida para matar esse vetor, em função do meio ambiente e pela própria localização do bioma onde ele se localiza", explicou Márcia.

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