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Surto na Bahia - 26/09/2024, 06:00 - Silvânia Nascimento - Atualizado em 26/09/2024, 11:56

Do mel à mortadela: infectologista detalha como ocorre a contaminação do botulismo

Doença já causou duas mortes na Bahia este ano

Bactéria Clostridium botulinum também pode ser encontrada no mel
Bactéria Clostridium botulinum também pode ser encontrada no mel |  Foto: Freepik

O número crescente de pessoas contaminadas com botulismo, doença causada por um envenenamento raro por meio de toxinas produzidas pela bactéria Clostridium botulinum, ligou o sinal de alerta na Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) da Bahia. Até a tarde de quarta-feira (25), o órgão havia computado seis casos dessa doença no estado, número que já supera o ano de 2023, que teve apenas dois registros.

Ainda de acordo com a Sesab, desses seis, três permanecem hospitalizados, um já teve alta médica, e dois foram a óbito. Do número total, quatro pacientes são de Campo Formoso, um de Senhor de Bonfim e um de Cícero Dantas. A situação ganhou mais notoriedade após uma investigação epidemiológica apontar que algumas das contaminações ocorreram após as vítimas terem ingerido mortadela de frango.

Para esclarecer mais informações sobre causa, sintomas e tratamento dessa doença, o MASSA! conversou com o infectologista e consultor técnico do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos. "O botulismo é uma doença causada por uma bactéria que está relacionada a alimentos contaminados. Um dos principais meios de transmissão são os alimentos, mas também pode ser transmitido por feridas contaminadas, alimentos em um geral, e o mel também é algo que pode transmitir".

O médico alertou, também, para cuidados diários e contínuos que a população deve adotar como medida para evitar a contaminação. "A forma de prevenir é tendo cuidado com as feridas, cuidado com dos alimentos conservados, como foi a mortadela, que não estava conservada, verificar a validade, o tempo desse alimento para não correr riscos".

Questionado sobre em quais condições o botulismo pode levar o paciente à morte, o infectologista esclarece como a bactéria age no organismo humano e quais os sintomas apresentados quando há a contaminação. "Ele [paciente] pode ir a óbito devido ao quadro de insuficiência respiratória aguda e quadro, também, de problemas cardíacos, ataque cardíaco, mais especificamente, que é uma paralisia flácida descendente, e aí tem insuficiência respiratória. A pessoa pode ter dor de barriga, dor de cabeça, diarreia, ou seja, sinais que vão mostrar o quadro posterior de uma evolução neurológica, como quadro em paralisia, rigidez de nuca, fraqueza generalizada, ptose palpebral, disartria, dislalia, dificuldade de falar", detalhou.

"A doença é tratada com a antitoxina botulínica, e, também, com antibióticos e acompanhamento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para quadros respiratórios, em que o paciente pode evoluir para insuficiência respiratória, fraqueza generalizada, rigidez de nuca e ptose palpebral", explicou o infectologista.

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