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Ferramentas novas, hábitos velhos - 29/08/2024, 14:00 - Amanda Souza

Cigarro eletrônico: o novo desafio no combate ao tabagismo no Brasil

Apesar de ter surgido como uma alternetiva possivelmente segura em comparação ao cigarro comum, o equipamente é bastante problemático

Aperelho surgiu como uma novidade e uma alternativa segura ao cigarro, mas não é bem assim
Aperelho surgiu como uma novidade e uma alternativa segura ao cigarro, mas não é bem assim |  Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Nesta quinta-feira, dia 29 de agosto, celebra-se o Dia Nacional de Combate ao Fumo, uma data que reforça a importância de conscientizar a população sobre os malefícios do tabagismo. A data traz à tona um novo e crescente desafio na luta contra o tabagismo: o cigarro eletrônico. Enquanto o consumo de cigarros tradicionais vem caindo ao longo dos anos, o uso de dispositivos eletrônicos para fumar, especialmente entre jovens, está em ascensão e preocupa especialistas em saúde pública.

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Daiane Lira, técnica da Diretoria da Gestão do Cuidado da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), destaca que o cigarro eletrônico tem se tornado uma grande barreira no combate ao tabagismo. Embora muitas vezes promovido como uma alternativa menos prejudicial ao cigarro comum, que já é amplamente conhecido pelas doenças associadas e iclusive causa de morte, o cigarro eletrônico também contém nicotina e outras substâncias nocivas que podem causar dependência e sérios danos à saúde.

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Os dispositivos eletrônicos para fumar são mais recentes e foram desenvolvidos com a lógica de passar a ideia de segurança. Eles apresentam designs atrativos para jovens e adolescentes, além de aromas e sabores que mascaram as substâncias tóxicas presentes em sua composição. Por serem uma novidade relativa, ainda levam as pessoas a crer que são menos prejudiciais. Na verdade, eles são uma estratégia para atrair novos fumantes.

Daiane Lira, técnica da Diretoria da Gestão do Cuidado da Sesab

O cigarro eletrônico ganhou popularidade rapidamente, especialmente entre adolescentes e jovens adultos. De acordo com Daiane Lira, a facilidade de acesso e a falsa percepção de segurança contribuem para essa disseminação. "A grande diferença está na apresentação, uma vez que os dispositivos eletrônicos para fumar apresentam sabores e aromas agradáveis, o que distingue a fumaça do vapor. Assim como ocorreu com os cigarros tradicionais, a indústria do tabaco vem promovendo os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) direcionados a crianças, adolescentes e jovens, pois é nessa faixa etária que a maioria das pessoas inicia o tabagismo", explica a técnica.

O uso do cigarro eletrônico também está associado a diversas doenças
O uso do cigarro eletrônico também está associado a diversas doenças | Foto: Joédson Alves / Agência Brasil

Os riscos à saúde associados ao cigarro eletrônico são variados, incluindo doenças respiratórias, cardiovasculares e potencial aumento na predisposição ao câncer. Daiane Lira enfatiza que, apesar de alguns verem o cigarro eletrônico como um instrumento para parar de fumar, ele pode, na verdade, servir como uma porta de entrada para o vício e desencadear uma série de doenças.

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Essas características [do aparelho] transmitem a ideia de que o produto é inofensivo, mas a realidade esconde diversos riscos para a saúde, como envenenamento, convulsões, dependência, traumas e queimaduras causadas por explosões, síndrome respiratória aguda grave (EVALI), doenças cardiovasculares, câncer, acidente vascular cerebral, disfunção metabólica, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema), doenças bucais, entre outras.

Daiane Lira

Como abandonar o vício?

Paralelamente, a especialista ressalta que a dificuldade em parar de fumar é um dos principais desafios enfrentados no combate ao tabagismo. Manter a motivação, tanto dos profissionais de saúde quanto dos pacientes, pode ser uma tarefa árdua. Essa dificuldade está frequentemente associada aos acometimentos de saúde mental, que podem intensificar a dependência do tabaco. Muitos fumantes recorrem ao cigarro como uma forma de lidar com estresses emocionais, o que torna o processo de cessação ainda mais complexo. Mas há uma saída, ela garante.

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Não é algo fácil e a gente tem que reconhecer isso. O primeiro passo é procurar uma unidade de saúde, onde ele pode ter acesso a um acolhimento, aconselhamentos, e a um reforço da conscientização de porque é importante parar de fumar. Ele também pode receber um suporte medicamentoso, terapia de reposição de nicotina, ou outros medicamentos que podem ajudar nesse processo com os sintomas de abstinência que são causados pela cessação do tabagismo.

Daiane Lira

Além do direcionamento das demandas de pacientes que desejem parar de fumar, a Sesab tem ações diversas desenvolvidas na área do combate ao tabagismo, oferecendo apoio aos municípios e aos profissionais de saúde para atuar no controle deste problema de saúde pública. São ações como o gerencimento e distribuição dos insumos e medicamentos do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT); "temos trabalhado em uma lógica de reforçar a importância da implementação do programa nos municípios, de orientar que seja contínuo e que não haja interrupção na oferta de tratamento", explicou a técnica.

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